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Idoso que sofreu AVC é internado em UTI para Covid-19 no DF

Antes da internação, exames do paciente de 62 anos deram negativos para infecção por coronavírus, diz família. Iges afirma que tomografia apontou ‘resultado sugestivo’ para doença.

Hospital Regional de Santa Maria, no DF — Foto: André Borges/Agência Brasília

Um homem de 62 anos que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), na última segunda-feira (27), foi internado na UTI destinada a pacientes com Covid-19, no Hospital Regional de Santa Maria. Segundo a família, José Ciro Ferreira de Almeida fez três exames para detectar a presença do novo coronavírus no organismo, e as três amostras deram resultado negativo.

Devido ao risco de infecção, parentes do idoso dizem viver “um drama” desde então. A  sobrinha do paciente, Gláucia Ribeiro de Almeida. Ela contou à reportagem que além de debilitado pelo AVC, o tio também é fumante, hipertenso e diabético – fatores que o colocam no grupo de risco e podem agravar o estado de saúde em caso de contrair a Covid-19.

O Instituto de Gestão Estratégica (Iges), que administra o Hospital Regional de Santa Maria – onde o paciente está internado – informou que José Ciro passou por tomografia computadorizada com “resultado sugestivo para Covid-19”, além de ainda aguardar o resultado do exame PCR, “seguindo protocolo existente para casos suspeitos”.

“Sobre a regulação que determina o leito para o paciente, é feita pela Secretaria de Saúde, de acordo com parâmetros técnicos”, diz o Iges-DF.

Questionada pelo G1, a Secretaria de Saúde não quis comentar o caso.

Ação na Justiça

De acordo com Gláucia, José Ciro foi levado ao hospital inconsciente e “sem resposta de membros”, por conta do AVC, na última segunda-feira (27), . “Em menos de 24 horas, solicitaram uma UTI, e disseram que ele precisava de uma cirurgia neurológica, que não teria como ser feita”, afirma.

A família, então, entrou na Justiça para conseguir uma vaga na UTI. No entanto, o idoso só conseguiu o leito nesta quinta (30), na ala do Hospital de Santa Maria destinada a pacientes com Covid-19.

Devido a situação, a família decidiu entrar com uma nova ação na Justiça, dessa vez para ter acesso ao prontuário de José Ciro e, assim, ter acesso aos testes e, segundo os familiares, “entender como foi feita essa regulação da Secretaria de Saúde”.

Sem contato

A sobrinha de José Ciro alega que desde que o tio foi para a UTI, a família não teve mais contato com ele e não tem recebido notícias sobre o estado de saúde. “Enquanto ele ainda estava esperando, o filho dele podia visitá-lo”, conta.

“Agora, como está na ala de Covid-19, ninguém mais pode vê-lo. E nós não temos mais notícias como antes. Não sabemos nem qual foi o critério para internação dele na UTI para Covid.”

“A sensação que temos, com relação a como tudo isso aconteceu, é que a Secretaria de Saúde está pensando assim ‘esse paciente aqui está piorando, vai morrer mesmo. Vamos por ele em qualquer lugar e dizer que é Covid-19”, disse a sobrinha.

Leitos de UTI

Até as 10h30 desta sexta-feira (31), a Sala de Situação do GDF mostrava que 530 dos 670 leitos de UTI para Covid-19 estavam ocupados, o que dá uma taxa de 82,55% na rede pública.

Já em hospitais particulares, o índice era ainda maior, de 96,50%. Dos 287, 276 estavam ocupados e um bloqueado.

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