Fechamento de consulado eleva preocupação sobre embate entre China e Estados Unidos e mantém cautela nos negócios
A bolsa brasileira oscila próximo da estabilidade, nesta quarta-feira, 22, com os investidores ponderando a escalada de tensões entre China e Estados Unidos e o anúncio da parceria americana sobre a compra de 100 milhões de doses da potencial vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Pfizer e BioNtech. Às 13h29, o Ibovespa, principal índice de ações caía 0,32% para 103.977 pontos.
A quantia de doses deve ser suficiente para atender cerca de um terço da população americana, mas a vacina, que está na terceira e última fase de testes, ainda precisa ser aprovada pela agência reguladora FDA.
Aqui no Brasil, as atenções se voltam para os resultados do segundo trimestre que começaram a ser divulgadas na noite de ontem, com o balanço da Neoenergia. Nesta manhã, foi a vez da Weg, que, apesar dos efeitos econômicos da pandemia, apresentou aumento de 32% do lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado. Na bolsa, as ações da companhia catarinense sobem mais de 10%, liderando as altas da sessão.
Por outro lado, a escalada de tensões sino-americanas deixa os investidores mais cautelosos. após os Estados Unidos ordenarem o fechamento do consulado chinês no Texas. A atitude, segundo o governo americano, foi necessária para proteger a propriedade intelectual.
O estopim para a medida ocorreu após bombeiros de Huston constarem queimadas dentro do consulado chinês. Em vídeo que circula na internet é possível identificar pessoas queimando materiais em barris com fogo.
Na véspera, Washington havia acusado China de roubar dados sobre a vacina contra o coronavírus que vem sendo desenvolvida no país. A corrida pela vacina tem sido encarada com forte simbolismo pelas duas nações, que brigam pela soberania mundial.
“As tensões entre Estados Unidos e China ganharam mais um degrau. Mas tem pouco desse risco sendo precificado no mercado, praticamente nada. É um ponto que o mercado acaba deixando de lado porque está olhando muito mais para as questões da vacina e estímulos”, comentou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.