“Tem muita gente levando comida para o trabalho, gente que compra marmita”, diz analista do IBGE
Após meses de perdas consecutivas, o setor de Serviços prestados às famílias atingiu em fevereiro o ponto mais baixo da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em janeiro de 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A atividade de serviços prestados às famílias está 17,5% abaixo do pico registrado em outubro de 2013.
“O principal impacto da perda são restaurantes, 45% dos serviços prestados às famílias como um todo são restaurantes”, apontou Rodrigo Lobo, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
Nem a melhora recente no mercado de trabalho tem impulsionado o volume de serviços prestados pela atividade. “Os poucos ganhos auferidos pelas famílias não têm se revertido em ganhos nos serviços prestados às famílias”, confirmou Lobo. “Tem muita gente levando comida para o trabalho, gente que compra marmita”, lembrou.
Segundo o pesquisador, a melhora do segmento depende da decisão de consumo das famílias. Num momento de instabilidade e incerteza, o aumento na renda pode ser revertido para a poupança ou pagamento de dívidas, por exemplo. “Não é automático o aumento da renda para o aumento de consumo. Por enquanto não tem se revertido. Depende da escolha das famílias”, avaliou.
O segmento de serviços prestados às famílias responde por apenas 9,5% do setor de serviços como um todo, por isso a recuperação do mercado de trabalho não é determinante para impulsionar avanços generalizados, frisa Lobo.
“O setor de serviços depende de um conjunto de fatores grande, de maneira que a receita acabe ganhando. Reduzir o custo e aumentar a receita será o pulo do gato para que serviços aumentem de forma duradoura”, concluiu.