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Grupos a favor de Dilma e Lula fazem ato em frente ao Palácio do Planalto

Ex-presidente toma posse como ministro-chefe da Casa Civil nesta quinta. Detran interditou via de acesso à Praça dos Três Poderes.

Movimentos que defendem a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, nomeado ministro-chefe da Casa Civil, ocuparam a Praça dos Três Poderes na manhã desta quinta-feira (17). A Polícia Militar estima a presença de cem pessoas no local. O grupo levou faixas e bandeiras do PT.

Por causa do ato, o Detran interditou a via S1 – de acesso à praça – na altura do Congresso Nacional. De acordo com o órgão, se necessário, o bloqueio também pode bloquear o trânsito no sentido Rodoviária do Plano Piloto.

Lula toma posse no cargo às 10h desta quinta no Palácio do Planalto. A nomeação dele, oficializada nesta quarta, gerou protestos no DF e em 18 estados. Horas depois, o juiz Sérgio Moro – que conduz os processos da Operação Lava Jato – divulgou escutas telefônicas do ex-presidente.

Os protestos aconteceram no Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além de Brasília.

Os atos foram pacíficos, com poucos incidentes isolados. Grande parte dos manifestantes vestiu verde e amarelo e levou cartazes contra Lula, o governo federal e o PT. Houve registros de ‘panelaços’ e ‘buzinaços’ em várias cidades do país.

Escutas
Em um desses telefonemas, Lula recebeu uma ligação da presidente Dilma na qual ela disse que enviará a ele o termo de posse para que ele só usasse “em caso de necessidade”.

 Para a oposição, o diálogo derruba a versão da presidente de que Lula iria para o ministério com o objetivo de fortalecer o governo e ajudar na recomposição da base de apoio do Palácio do Planalto no Congresso. No entendimento de líderes oposicionistas, fica claro que Lula aceitou a nomeação a fim de ter foro privilegiado e passar a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não mais por Sérgio Moro.

Os advogados de Lula classificaram a divulgação da conversa de “arbitrariedade”. O governo, por meio de nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social, disse que o juiz violou a lei, além de fazer algo considerado pelo Planalto uma “afronta” aos direitos e garantias da Presidência da República e uma “flagrante violação da lei e da Constituição da República”.

Lula vinha sofrendo pressão por parte de aliados para que assumisse um cargo no governo. Interlocutores dele e do governo avaliavam que, com o andamento das investigações da operação Lava Jato, ele passaria a ter o chamado foro privilegiado, podendo ser investigado e julgado somente pelo Supremo Tribunal Federal.

Além disso, a avaliação de aliados era que, como ministro, Lula poderia atuar como um articulador político do Planalto, ajudando na interlocução com o Congresso Nacional, movimentos sociais e partidos, e na elaboração de propostas para o país superar a crise econômica. Essas pressões sobre ele se intensificaram nas últimas semanas, após a Polícia Federal deflagrar a 24ª fase da Operação Lava Jato, da qual Lula foi o alvo principal.

No último dia 4, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente, na sede do Instituo Lula e levou o petista a prestar depoimento. Além disso, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva de Lula por suspeita de que ele omitiu às autoridades ser o proprietário de um sítio em Atibaia (SP) e de um apartamento triplex em Guarujá (SP), o que a defesa também nega.

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