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Semana nova, greve nova: desta vez, na Eletrobras

A paralisação pega a Eletrobras num momento difícil: a companhia perdeu 37% de seu valor de mercado nos últimos 30 dias com a crescente insegurança no país

Uma nova semana, uma nova greve. Os funcionários da Eletrobras param por 72 horas a partir desta segunda-feira com uma ampla pauta de demandas que inclui o fim dos projetos de privatização da estatal e de suas distribuidoras e a saída do presidente, Wilson Ferreira Jr.

Uma greve dos petroleiros no fim de maio também pediu pela saída do então presidente da Petrobras, Pedro Parente. Parente acabou de fato deixando o cargo, mas por conta de uma queda de braço com o governo. Desta vez, os funcionários da Eletrobras têm pouca chance de sucesso, mas ainda assim sua parada pode causar complicações à empresa.

Neste domingo, o ministro Maurício Godinho Delgado, do Tribunal Superior do Trabalho, rejeitou um pedido da companhia de declarar a paralisação ilegal, mas afirmou que os grevistas precisarão manter 75% do efetivo em todos os setores da companhia para não impactar geração, transmissão e distribuição de energia.

A paralisação pega a Eletrobras num momento especialmente difícil, já que a companhia perdeu 37% de seu valor de mercado nos últimos 30 dias com a crescente insegurança no país e a fragilidade do governo, que dificulta cada vez mais qualquer privatização de seis distribuidoras previstas para 2018.

A fragilidade só cresce. Pesquisas do instituto Datafolha mostram que a rejeição a Michel Temer chegou a 82% e que 72% dos brasileiros acreditam que situação no país piorou nos últimos meses.

Os novos números e a nova greve devem dar ainda mais combustível para caminhoneiros e produtores rurais pressionarem o governo numa nova rodada de negociações sobre a tabela do frete, prevista para as 9h desta segunda-feira. Os caminhoneiros ameaçam até com uma nova paralisação. A Agência Nacional de Transportes Terrestres afirma estar empenhada numa solução que “harmonize os interesses de produtores, transportadores e sociedade”.

Com o governo cada dia mais longe dos brasileiros, difícil encontrar soluções que de fato contente a “sociedade” e não os mais variados grupos de interesse.

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