Ato aconteceu entre 6h e 8h; 12 terminais registraram paralisação. Trabalhadores que fazem check-in, pilotos e comissários estão parados.
A paralisação de aeronautas atrasou por mais de meia-hora 39 das 100 decolagens previstas na manhã desta quarta-feira (3) no Aeroporto Internacional de Brasília. De acordo com a Inframerica, responsável por administrar o terminal, 21 voos foram cancelados. O ato aconteceu entre 6h e 8h. Os trabalhadores pedem reajuste de 11% em salários e benefícios, retroativo a 1º de dezembro. Tanto o terminal quanto as empresas aéreas disseram que os voos cancelados poderiam ser retomados ainda nesta quarta.
As companhias estavam com check-in aberto, mas em menor quantidade. A greve incluiu os aeroviários, cujas atividades incluem check-in e despacho de bagagens, e os aeronautas, cuja categoria abrange pilotos e comissários de bordo.
Com megafone e faixas, os trabalhadores informavam aos passageiros sobre os motivos da paralisação e a demanda das categorias. Eles estavam vestidos com uniforme ou com roupas comuns, se dividindo entre salões de embarque e terminais de check-in. A organização estima a presença de 300 manifestantes no saguão de embarque e a PM, 80.
Com gritos de “avião no chão”, os manifestantes afirmavam que nenhuma decolagem aconteceria até o fim do protesto. Os painéis de informação do JK mostravam vários voos cancelados e atrasados até as 7h30, incluindo aqueles marcados para o fim da manhã.
Pouco antes das 7h, integrantes da paralisação tentavam mobilizar colegas que ainda operavam os balcões. “Se não puderem parar totalmente, peço que reduzam o ritmo, que diminuam a operação. Não deixem os patrões acharem que você está satisfeito com essa situação”, afirmava um aeronauta.
O diretor regional do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Luiz Carlos Pereira, afirmou que a lista de demandas vai além do reajuste nos salários. Entre os pedidos, está a criação do “auxílio maquiagem” para as trabalhadoras.
Às 7h50, passageiros de dois voos – para Campinas e Belo Horizonte – já estavam embarcados. As decolagens deveriam ter ocorrido às 6h02 e 6h17.
As paralisações estão previstas para os aeroportos de Santos Dumont e Galeão, no Rio, Guarulhos e Congonhas, em São Paulo, além de Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Campinas.
As principais empresas aéreas anunciaram que liberarão a remarcação de passagens e farão o reembolso integral de bilhetes, após o anúncio de paralisação dos aeroviários e aeronautas.
A Inframerica informou em nota trabalhar para manter a segurança e operacionalidade do aeroporto, assim como disponibilizar infraestrutura para melhor comodidade dos passageiros e usuários.
“Todas as ações de contingência estão sendo adotadas para que ocorra o menor impacto possível na operação. A segurança da aviação civil e dos passageiros é valor fundamental para a concessionária”, disse. “O Aeroporto de Brasília lamenta os transtornos causados aos passageiros e informa que está trabalhando em conjunto com as companhias aéreas para minimizar os efeitos da greve.”
Monitoramento
A Polícia Militar acompanhou a movimentação e triplicou o efetivo normal para o horário. Além da área onde se concentravam as categorias, militares também monitoravam os balcões de check-in e as vias de acesso, para garantir o trânsito de clientes e motoristas.
Até as 7h30, não havia registro de conflitos. “Houve uma tentativa de impedir o acesso dos trabalhadores, mas o aeroporto abriu rotas alternativas. Os passageiros têm acesso normal”, afirmou o tenente David Sousa, que comandava o policiamento.
Em anos anteriores, as categorias bloquearam as vias de acesso ao Aeroporto JK. A ação não estava prevista para esta quarta.
Movimentação
Dos 40 voos previstos para o período entre 6h e 8h desta quarta-feira (3) no DF, há 21 pousos e 19 decolagens. Para o dia todo são esperados 538 pousos e decolagens. O fluxo médio diário do aeroporto é de aproximadamente 54 mil passageiros.