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Grande SP atinge 83% de economia de água em junho, diz Sabesp

Resultado é igual a maio e considerado recorde desde início do programa.
10% dos clientes da companhia pagaram multa por excesso de consumo

Pelo segundo mês seguido, a Região Metropolitana de São Paulo manteve a mesma taxa de economia de água pelos clientes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Em junho deste ano, 83% reduziram o consumo, segundo balanço divulgado pela empresa nesta terça-feira (14).

O resultado é o mesmo de maio e considerado o mais alto desde o início do programa, em abril de 2014. Segundo a Sabesp, o volume de água economizado em junho – 6 mil litros por segundo, em média – é suficiente para abastecer 1,9 milhão de pessoas durante um mês. Isso corresponde às populações das cidades de Campinas e São Bernardo do Campo, por exemplo.

Dos 83% que reduziram o consumo, 73% efetivamente ganharam o bônus. Os demais 10% diminuíram o consumo, mas não o suficiente para receber o desconto na fatura da Sabesp. Tem direito ao benefício o cliente que baixar o gasto na comparação com a média do período de fevereiro de 2013 a janeiro do ano passado, antes da crise hídrica – é a mesma base utilizada para determinar a cobrança de multa.

Considerando todos os clientes que receberam bônus no mês passado, 63% reduziram o consumo em mais de 20% (faixa de bonificação de 30%), 5% diminuíram o uso entre 15% e 20% (faixa de bônus de 20%) e outros 5% tiveram um gasto de água entre 10% e 15% menor e ganharam bônus de 10%.

Em junho, no entanto, o percentual de clientes que consumiram acima da média ficou em 17%, igual ao resultado de maio. Desse total, 10% tiveram de pagar multa (tarifa de contingência) por gastarem mais que a média de consumo de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. O restante elevou o gasto, mas não foi enquadrados na sobretaxa por consumirem menos de 10 mil litros mensais ou estarem cadastrados na Tarifa Social.

O programa de bônus, com desconto na conta para quem economizar água, foi implantado em 1º de fevereiro de 2014 para os moradores atendidos pelo Sistema Cantareira. Nos meses seguintes, foi ampliado para os municípios atendidos pela Sabesp na Grande São Paulo.

Já a sobretaxa é de 40% sobre o valor da tarifa de água para quem exceder até 20% a média do consumo ou 100% sobre o valor da tarifa de água para quem ultrapassar 20% da média. Segundo a Sabesp e o governo paulista, o objetivo da tarifa de contingência não é arrecadar, e sim incentivar o uso racional da água.

Chuvas
O Cantareira, que abastece 5,3 milhões de pessoas na Grande São Paulo, terminou junho com menos chuvas que o previsto, a exemplo do que também ocorreu em abril e maio. A chuva do mês passado também não foi boa para os demais reservatórios que abastecem a Grande São Paulo. Com exceção do Sistema Rio Claro, que recebeu mais que o dobro do previsto, todos os demais ficaram abaixo do esperado.

O Guarapiranga, hoje o principal sistema da Grande São Paulo, com 5,6 milhões de pessoas atendidas, registrou 27,2 mm de precipitação em junho, pouco mais da metade do esperado.
O governador Geraldo Alckmin voltou a descartar a implantação de um racionamento, mas a crise hídrica ainda não chegou ao fim.

O Cantareira terminou a estação chuvosa, encerrada em  maço, com apenas a segunda cota do volume morto recuperada, ou seja, a primeira cota ainda não foi reposta e o manancial segue operando no vermelho.

Abastecimento
O Sistema Cantareira, que já foi o principal da Grande São Paulo, atendendo 8,8 milhões de pessoas, teve uma nova redução no número de clientes, passando de 5,4 milhões para 5,3 milhões, informou a Sabesp.

Os 200 mil clientes tirados do Cantareira foram incorporados pelo Sistema Rio Claro, que abastece 1,5 milhão de pessoas na Grande São Paulo. Isso foi possível após a conclusão, no dia 30 de maio, de uma ligação entre duas adutoras na Vila Ema, Zona Leste.

Com a obra, os bairros da Mooca, São Mateus, Vila Formosa, Vila Alpina e Sapopemba passam a ser atendidos prioritariamente pelo Sistema Rio Claro, que agora responde por 80% da água fornecida. Os demais 20% ficaram com o Cantareira.

Até 2013, antes da crise, a proporção era inversa: o Cantareira fornecia cerca de 80% da água consumida nesses locais, contra 20% do Sistema Rio Claro.

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