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Governo de SP troca comando da Rota, elite da Polícia Militar

Mudança ocorre 7 meses depois de tenente-coronel assumir cargo.
Secretaria nega que troca tenha relação com policiais envolvidos em crimes.

O governo Geraldo Alckmin mudou o comando das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), grupo de elite da Polícia Militar, em meio a ocorrências envolvendo policiais, como a suspeita de execução de dois homens no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo.

O tenente-coronel Alexandre Gaspar Gasparin deixou o comando sete meses após assumir o cargo, em fevereiro. Em seu lugar, ficará o coronel Alberto Sardilli, que comandava a cavalaria da PM.

Segundo o Bom Dia Brasil, a Secretaria da Segurança Pública não atribuiu a troca de comando aos casos de policiais envolvidos em crimes. Em nota, a pasta informou que a troca ocorreu por “decisão estratégica”.

O governador Geraldo Alckmin afirmou na manhã desta segunda-feira (21) que é normal que “haja mudanças no comando.”

“A rota é uma tropa de elite da polícia de SP, extremamente qualificada e importante no combate ao crime. As mudanças de comando são feitas pelo Secretario da Segurança Publica, nós não fazemos ingerência na escolha de comandantes. É de confiança do Secretário de Segurança e do comando da Polícia Militar e essas mudanças são normais, de acordo com a estratégia da polícia”, afirmou Alckmin.

Levantamento da Ouvidoria da Polícia Militar mostra que 571 pessoas foram mortas em operações policiais de janeiro a agosto de 2015 no estado de São Paulo. Em todo o ano de 2014 foram 838 vítimas. Já em 2013, 562.

No dia 13 de agosto de 2015, 18 pessoas foram mortas e sete ficaram feridas em ataques realizados por indivíduos armados em 10 lugares próximos, em um espaço de tempo de ao menos três horas, nas cidades de Barueri e Osasco, vizinhas de Carapicuíba, na Grande São Paulo. Uma adolescente de 15 anos, que havia sido baleado nos ataques, morreu dia 27 de agosto e se tornou a 19ª vítima da chacina.

A principal hipótese apontada pela Secretaria da Segurança Pública é a de que policiais militares e guardas civis metropolitanos tenham cometido os crimes como vingança pela morte de um PM e de um guarda.

Caso Butantã
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, afirmou que os 11 policiais militares presos por suspeita de executarem dois homens detidos no Butantã no dia 7 de setembro serão processados e expulsos da PM. Na semana anterior, vídeos mostraram os policiais na ação em que os dois presos morreram – um deles foi jogado do telhado de uma casa e depois levou tiros, o outro levou dois tiros quando já estava dominado.

“Onze policiais em relação ao Butantã estão presos. Eles vão ser processados criminalmente e serão expulsos da Polícia Militar. Agora, esse caso não tem nenhuma relação com grupo de extermínio”, disse.

O soldado investigado por jogar um suspeito do telhado durante ocorrência no Butantã, Zona Oeste de São Paulo, disse em depoimento que empurrou o homem porque não tinha como descer com ele. A ação foi no feriado de 7 de Setembro.

Ele e outros cinco PMs envolvidos na morte estão presos no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte, desde a noite da última segunda (14). Outros cinco policiais militares já haviam sido levados ao presídio por envolvimento na morte do comparsa de Fernando da Silva, baleado na rua na mesma ocorrência. Por ora, 11 policiais vão responder pelas duas mortes, entre eles uma mulher.

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