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Governo confirma prisão de colaborador de Guaidó na Venezuela após “desaparecimento”

O desaparecimento de Roland Carreño e de outros dois colaboradores de Guaidó ocorreu após a saída da Venezuela de Leopoldo López, mentor político de Guaidó, que ficou 18 meses na residência do embaixador da Espanha em Caracas

Nesta foto de arquivo tirada em 30 de abril de 2019, o líder da oposição venezuelana e autoproclamado presidente interino Juan Guaidó (E) fala a apoiadores ao lado do político de oposição Leopoldo Lopez (D). – (crédito: Federico PARRA / AFP)

Um colaborador do líder parlamentar da Venezuela, Juan Gauidó, foi preso por agentes de segurança, anunciou nesta terça-feira o governo de Nicolás Maduro, um caso que o opositor e aliados haviam classificado de “desaparecimento forçado”.

“Rechaçamos a campanha de descrédito contra o estado de direito na Venezuela a propósito da prisão do cidadão Roland Carreño”, tuitou o ministro de Comunicações e Informação, Freddy Ñáñez.

Carreño e outros dois opositores, Yeferson Sarcos e Elías Rodríguez, sofreram “um desaparecimento forçado”, havia denunciado Guaidó. O fato ocorreu após a saída da Venezuela do mentor político de Guaidó, Leopoldo López, que encerrou uma permanência de 18 meses na residência do embaixador da Espanha em Caracas.

Após ser confirmada a prisão de Carreño, foram libertados os dois opositores que o acompanhavam, informou no Twitter o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP).

Sem citar Sarcos e Rodríguez, Ñañez afirmou que Carreño “confessou sua participação em crimes contra a ordem constitucional para alterar a paz na república”, sem dar detalhes sobre a prisão ou os crimes.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou no Twitter que investigações preliminares ligam Carreño “à entrega de armas de guerra e dinheiro em espécie a determinados sujeitos para promover ações violentas” no país. Segundo Saab, a polícia prendeu Carreño com “12 mil dólares em espécie e um fuzil”.

Paralelamente, o partido Vontade Popular, liderado por Leopoldo López e de cujas fileiras emergiu Guaidó, denunciou que “mais de 20 funcionários vasculham a residência” de Carreño, que é coordenador operacional da organização. Autoridades não se pronunciaram sobre esse procedimento.

Mais cedo, o Colégio Nacional de Jornalistas (CNP) afirmou que Carreño, jornalista, encontrava-se preso na sede do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (Sebin), no edifício Helicoide, em Caracas.

Quase um dia sem notícias

O governo Maduro confirmou a prisão de Carreño, mais de 22 horas após a equipe de Guaidó denunciar os três “desaparecimentos”.

Os opositores “estão desaparecidos desde as 17h30 de segunda-feira”, alertou Alfredo Romero, diretor da ONG de defesa de direitos humanos Foro Penal, que contabilizou 359 “presos políticos” no país até o momento.

Os Estados Unidos, principal aliado internacional de Guaidó, condenaram o “desaparecimento forçado” de Carreño. Trata-se “da última tentativa de Maduro de deter arbitrariamente cidadãos para silenciá-los e infundir medo”, tuitou o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Michael Kozak.

Os “desaparecimentos” acontecem depois que López, ex-prefeito do município de Chacao, em Caracas, deixou a Venezuela, após meses na residência do embaixador espanhol em Caracas, onde permaneceu como hóspede.

Condenado a quase 14 anos de prisão em 2015 – acusado de incitar à violência em protestos contra o governo Maduro que deixaram 43 mortos e cerca de 3.000 feridos em 2014 – López recebeu autorização para ir para a prisão domiciliar em 2017.

Em 30 de abril de 2019, o opositor foi libertado e participou de um levante militar fracassado contra Maduro no mesmo dia, apoiado por Guaidó. Após o fracasso da iniciativa, López se refugiou na casa do embaixador espanhol.

Durante uma coletiva de imprensa em Madri, nesta terça-feira, López denunciou que “nas últimas horas pessoas muito próximas” a ele “desapareceram por causa da ditadura”.

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