Em reunião no Palácio do Planalto, presidente da República pediu ao governador do Distrito Federal apoio para retomada das atividades em colégios cívico-militares, já na próxima segunda-feira. Ibaneis Rocha gostou da proposta, mas ainda não definiu o retorno dos trabalhos
A reabertura de escolas cívico-militares no Distrito Federal entrou em pauta ontem. O governador Ibaneis Rocha (MDB) encontrou-se com o presidente da República, Jair Bolsonaro, para debater a possibilidade de retomada das aulas nesses colégios. A reunião ocorreu a pedido do chefe do Palácio do Planalto, que buscava apoio do emedebista para a iniciativa.
“Esse, talvez, seja o primeiro gesto para nós voltarmos à normalidade no tocante ao estudo no Brasil, mas não está batido o martelo ainda”, afirmou o presidente. Bolsonaro disse que é natural que os pais estejam com medo, mas que, gradualmente, é preciso retornar. Dessa forma, a reabertura de escolas cívico-militares e as militares seria o passo inicial. A ideia seria retomar as aulas na próxima segunda-feira.
O presidente afirmou que o assunto está em discussão nos setores do governo ligados à segurança pública. “Conversei com o general Fernando (Azevedo e Silva, ministro da Defesa). Ele acha que a ideia é boa. Vai conversar com os chefes do BGP (Batalhão da Guarda Presidencial) também. Temos conversado. Vou conversar com o (Sergio) Moro (ministro da Justiça e Segurança Pública) para nós abrirmos a academia da Polícia Federal a partir de segunda-feira”, declarou.
Apesar de afirmar que gostou da ideia, Ibaneis não cravou apoio à proposta. “Vou me reunir com a minha equipe técnica. Pode ser um bom teste. Em vez de eu abrir para toda a rede pública, se eu reabrir aos poucos, posso ter a condição de saber como isso funciona”, argumentou o chefe do Palácio do Buriti. “Mas (queremos saber) qual seria um plano para dar segurança a essas crianças, se testando todas elas, se testando os professores”, complementou. Segundo o governador, no DF, há cerca de 25 mil alunos em colégios cívico-militares.
O encontro é mais um sinal da aproximação entre Ibaneis e Bolsonaro. No domingo, o Fórum dos Governadores publicou carta em que criticava a participação do presidente nas manifestações que pediram fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional. Apesar de ser um dos líderes do grupo, Ibaneis não assinou a carta.
Controle
O chefe do Palácio do Buriti acrescentou que acredita que as medidas implementadas pelo GDF em Brasília impedirão nova onda de infecções na capital federal. “Isso tudo vai ser trabalhado para que a gente tenha o mínimo de contaminação possível, sabendo que ela vai existir. Nós estamos fazendo um trabalho muito grande para que a população do Distrito Federal continue com segurança”, garantiu.
Na reunião, Bolsonaro e Ibaneis também falaram sobre a possibilidade de abertura do comércio no DF. O Executivo local planeja retomar atividades a partir de 3 de maio, data estabelecida no decreto que impôs medidas de restrição. Para isso, no entanto, o GDF pretende adotar uma série de medidas de segurança, em parceria com empresários, como uso de máscaras e outros equipamentos de proteção.