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GDF pretende entregar Estádio Mané Garrincha à iniciativa privada

Governo quer que vencedora de concessão assuma arena após Olimpíadas. Arena foi a mais cara da Copa; manutenção hoje custa R$ 700 mil por mês.

Devido ao custo de R$ 700 mil por mês em manutenção, o governo do Distrito Federal pretende entregar o Estádio Nacional Mané Garrincha para a iniciativa privada. A ideia é que a empresa vencedora da concessão passe a administrar a arena logo após a realização das Olimpíadas, no segundo semestre de 2016. No entanto, ainda não há definição sobre quais serão os parâmetros da concessão.

O Mané Garrincha foi o estádio mais caro construído para a Copa do Mundo, com custo estimado pelo Tribunal de Contas do DF em R$ 1,7 bilhão. O valor é 153% maior do que os R$ 670 milhões previstos inicialmente no projeto.

Para o secretário de Turismo, Jaime Recena, é necessário achar uma solução para o alto gasto com o estádio. “O atual governo questionou e se posicionou contrário ao valor da construção e ao tamanho do que foi construído. Mas essa é uma discussão vencida e cabe à gente buscar alternativas para que ele se torne rentável e deixe de custar caro para o contribuinte”, disse.

“Brasília poderia muito bem ser atendida num estádio de 45 mil lugares em vez de 72 mil.”
Com o objetivo de arrecadar mais com a megaestrutura, o GDF abriu espaço para eventos não esportivos, como shows e solenidades institucionais. Após a Copa, foram realizados 69 eventos no local, sendo 24 jogos e 45 celebrações variadas, reunindo cerca de 1 milhão de pessoas. Só neste ano, a arrecadação com esses eventos chega a R$ 1,5 milhão, diz o governo.

Vista noturna do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília
Vista noturna do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília

A atual administração também realocou três secretarias para que funcionassem dentro do Estádio Nacional. Ao lado do gramado, cerca de 400 servidores trabalham todo dia no Mané Garrincha. Segundo o GDF, a economia com aluguel, que deixou de ser pago com a mudança, chega a R$ 14,5 milhões por ano.

Mesmo assim, os valores não compensam o gasto para manter a obra, disse o secretário Jaime Recena. Só o custo com o gramado pode chegar a R$ 95 mil por mês, fora as despesas com energia, limpeza, reposição de peças e pequenos reparos. “O estádio é deficitário”, afirmou.

Mudança de finalidade
De acordo com o secretário, o mercado privado só vai se interessar pela arena quando a estrutura puder oferecer mais possibilidades de negócios. A previsão é de que até o primeiro semstre de 2016 o governo inicie o debate na Câmara Legislativa para que sejam alteradas restrições do plano urbanístico de Brasília.

“Precisamos discutir a viabilidade de outras possibilidades comerciais no estádio. Por exemplo, a criação de uma academia, uma sala de teatro, um cinema no local”, disse Recena. “O estádio tem apelo, tem excelente localização, múltiplos acessos e permite que possa ser melhor explorado. Queremos que ele deixe de ter essa imagem de elefante branco.”

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