Em meio a cenário de recessão econômica e dólar valorizado, brasileiros desembolsaram US$ 840 milhões no mês passado, o menor resultado para o período desde 2010
A fraqueza econômica do país e o dólar caro seguem afetando o poder de compra dos brasileiros no exterior. Em janeiro, os gastos dos brasileiros lá fora somaram 840 milhões de dólares, uma queda de 62% ante os 2,2 bilhões de dólares desembolsados no mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco Central (BC).
O resultado de janeiro é o menor para o mês desde o início da série histórica do BC, em 2010. Além disso, também foi a primeira vez que estas despesas ficam abaixo da marca de 1 bilhão de dólares.
A recessão econômica foi um dos fatores que contribuíram para o resultado. Isso porque o baixo nível da atividade reduz a renda das famílias, aumenta o desemprego, eleva a inadimplência, ao mesmo tempo em que a inflação e os juros cobrados pelos bancos e instituições financeiras criam obstáculos para gastos não essenciais para o cotidiano do trabalhador.
A desvalorização do real ante a moeda americana, que encerrou janeiro cotado a 4,02 reais, também pesou na decisão de os turistas gastarem. O dólar mais caro encarece passagens aéreas, diárias de hotéis, alimentação e transporte em cidades em que ele é moeda de troca.
Com a valorização da moeda americana ante a brasileira, os gastos no cartão, que sofrem a incidência do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) de 6,38%, por exemplo, dificultam a gastança. Soma-se a isso a cobrança de 25% de impostos sobre remessas ao exterior para pagamento de serviços de uso pessoal, que passou a valer desde o primeiro dia do ano.