Garis do Distrito Federal fazem, nesta quarta-feira (3/10), uma paralisação contra a ameaça de demissão de 2 mil trabalhadores do setor. A preocupação dos funcionários gira em torno do processo licitatório para a escolha das empresas que devem prestar os serviços de limpeza urbana, ainda em andamento. Os contratos atuais — com a Sustentare e a Valor Ambiental — terminam dia 17 de outubro.
A movimentação ocorre em vários pontos do DF, como Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia, Recanto das Emas e L2 Sul. De acordo com o diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana (Sindlurb), uma das empresas que estão no páreo para assumir o serviço de limpeza propôs aumento na jornada de trabalho e diminuição no número de garis contratados. “A cidade está crescendo, e o número de trabalhadores, diminuindo”, afirma Raimundo. Ele diz que já foram demitidas 61 pessoas.
“Por esse motivo, o sindicato resolveu parar toda a categoria para garantir os direitos e a qualidade de trabalho. Esperamos que o governo, por meio do SLU, nos chame para negociações”, ressaltou.
Em nota, o SLU informou que abriu o Pregão Eletrônico nº 02/2018. A concorrência está em fase interna de análise das propostas recebidas. O órgão assegurou que os atuais contratos garantirão a continuidade dos serviços até a finalização dos processos.
O SLU destacou ainda não ter sido comunicado pelo Sindlurb a respeito da paralisação e que está tomando as devidas providências para a normalização da prestação dos serviços.
Leia Paulino, 54 anos, trabalha como gari há sete. Ela conta que não é a primeira vez que os trabalhadores ficam nesta situação. Ela mora com quatro filhos e três netos e é a única fonte de renda da família. “Estamos todos na mesma situação. Só temos isto para nos sustentar. Está muito difícil conseguir um emprego. Muitos tentam, mas não conseguem”, lamentou.
O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) manteve suspenso, no dia 6 de setembro, o pregão do SLU para contratação de coleta de lixo, varrição de ruas e pintura de meios-fios, entre outros serviços, no valor de R$ 1.518.224.763,03.
De acordo com a Corte, mesmo após os pedidos de revisão do processo, ainda é possível encontrar irregularidades e dúvidas na documentação. Na ocasião, o TCDF deu prazo de cinco dias para que o SLU se manifestasse novamente no processo.