Categorias decidiram em assembleia adiar a paralisação; novas audiências de conciliação estão previstas para início de junho
Os funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia do Metropolitano (Metrô) decidiram em assembleia na noite desta terça-feira, 26, adiar a greve que estava prevista para esta quarta-feira, 27. Uma nova audiência de conciliação da CPTM está prevista para o dia 2 de junho. No caso do Metrô, a reunião será no dia 1º do próximo mês no Tribunal Regional de Trabalho da 2ª Região (TRT).
“Os quatro sindicatos (que representam os funcionários da CPTM), em conversa, chegaram ao consenso de adiar a greve. Vamos tentar mais uma oportunidade de negociação junto ao TRT”, afirmou o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alvez de Mato. Após a audiência, os quatro sindicatos farão uma nova assembleia para decidir se paralisam as atividades no dia seguinte.
Os metroviários também optaram por estender o tempo de negociação. Até agora, apenas uma audiência de conciliação foi feita entre empresa e funcionários. “Eu não descarto que, caso o governo aceite essa proposta (reajuste de 8,82% proposto pela Justiça), a gente consiga sair desse impasse”, disse o presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior. Apesar de pedir um reajuste maior, Melo considera que o valor é vantajoso porque a categoria conseguiu boa parte das reivindicações que pediu. “Se o governo não aceitar, teremos que entrar em greve.”
O sindicato discutiu ainda a possibilidade de atrasar em duas horas a operação das linhas na sexta-feira, 29, em apoio ao Dia Nacional de Lutas contra o Projeto de lei 433 (que regula a terceirização no País). A proposta foi rejeitada e o sindicato vai apenas fazer uma manifestação junto a centrais sindicais.
Propostas. Em audiência no TRT-2 na manhã desta terça-feira, foi apresentada nova proposta de reajuste pela CPTM, de 7,72% (reajuste mais 1% de aumento real), valor inferior ao sugerido pelo tribunal na reunião da segunda-feira – 8,25%. Os ferroviários pedem 7,89% de reajuste mais 10% de aumento real.
Já na reunião de conciliação entre Metrô e metroviários, na segunda-feira, a desembargadora Ivani Contini Bramante propôs reajuste de 8,82% – 7,21% (IPC-Fipe) mais 1,5% de produtividade, para salário e benefícios. A reivindicação da categoria de readmitir os metroviários demitidos no ano passado, durante a greve, foi descartada pelo tribunal. Os metroviários pedem aumento de 18,64% e outros benefícios. Já o Sindicato dos Engenheiros pede 17,01%. O Metrô já ofereceu reajuste de 7,21% para as duas categorias.