Cerca 60.000 policiais e soldados, além de centenas de agentes civis, vão patrulhar as ruas das principais cidades francesas. Virada do ano em Paris não terá fogos de artifício
A França reforçará a segurança durante as celebrações do Ano Novo nas principais cidades do país com um esquema de mais de 60.000 policiais e militares e 21 companhias de agentes civis, em uma mobilização sem precedentes. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, explicou que “esta não será uma festa de Ano Novo como as outras”, em referência aos atentados em Paris no último dia 13 de novembro. Na capital, 80% dos policiais estarão nas ruas zelando pela segurança dos parisienses, segundo indicou a prefeita da cidade, Anne Hidalgo.
O ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, visitou hoje alguns dos lugares mais frequentados pelos turistas em Paris, como a catedral de Notre-Dame e a avenida dos Champs-Elysées, para assegurar sua proteção. Os emblemáticos festejos que a cada ano acontecem nos Champs-Elysées e nas imediações da Torre Eiffel não foram suspensos, mas serão encurtados no tempo de espetáculo e na programação das atividades. Neste ano a ausência de fogos de artifício nos primeiros minutos de 2016 marca na celebração uma incomum sobriedade e austeridade, para homenagear as vítimas dos ataques terroristas.
O Arco do Triunfo será iluminado com um vídeo projetado nas duas faces do monumento entre 23h50 e o primeiro minuto do ano novo, e também serão instalados seis telões nas ruas próximas aos Champs-Elysées. Na cidade de Estrasburgo, a famosa maratona de São Silvestre também estará sob extrema vigilância e a segurança da véspera do Ano Novo será igualmente reforçada com a presença de militares que patrulharão a cidade.
Atentados de Paris – Os jihadistas que cometeram os atentados de Paris em 13 de novembro estiveram coordenados em tempo real por telefone com pelo menos um interlocutor, que estava nos arredores de Bruxelas e não foi identificado. O jornal Le Monde revelou nesta quarta detalhes sobre a operação dos terroristas a partir das cerca de 6.000 atas que foram redigidas pelos investigadores e que sugerem que um dos membros da equipe atualmente em fuga, Mohammed Abrini, poderia ter se encarregado dessa missão de coordenação.
O jornal explicou que o chamado “comando dos terraços”, que realizou um ataque a tiros contra bares e restaurantes no leste de Paris deixando quase 40 mortos e dezenas de feridos, esteve em contato telefônico com um celular. Os terroristas na Bélgica também entraram em contato os atiradores da sala de concertos Bataclan. Os três terroristas da sala de concertos – Ismael Mostefaï, Samy Amimour e Foued Mohammed Aggad enviaram uma mensagem de celular pouco após estacionar junto ao Bataclan um Volkswagen Polo. O texto dizia “Chegamos. Começamos”. O destinatário se encontrava na Bélgica e recebeu o SMS em uma linha que tinha sido aberta na véspera em nome de Salah Abdeslam.
(Da redação)