França tem greves e manifestações em massa contra reforma da previdência

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Trens parados, escolas fechadas e centenas de milhares de manifestantes nas ruas contra o impopular adiamento da idade de aposentadoria para os 64 anos nesta quinta-feira, 19

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Protesto em Paris, na época da pandemia: mais de 200 protestos contra reforma estão planejados (Siegfried Modola/Getty Images)

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Trens parados, escolas fechadas, centenas de milhares de manifestantes nas ruas. A França vive nesta quinta-feira, 19, um dia de protestos em massa contra o impopular adiamento da idade de aposentadoria para os 64 anos, que põem à prova a credibilidade política do presidente Emmanuel Macron.

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“Hoje será um grande dia de manifestação (…). Quando todos os sindicatos estão de acordo, algo pouco comum, é porque o problema é muito grave”, disse à rede Pública Sénat o secretário-geral do sindicato CGT, Philippe Martinez.

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A reforma da previdência é uma das principais medidas que o presidente francês, de 45 anos, prometeu durante a campanha que levou à sua reeleição em abril, após um primeiro projeto em 2020 que precisou abandonar devido à chegada da pandemia.

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Mas depois de anos de crise (protesto social dos coletes amarelos, pandemia, inflação), o jornal Le Parisien aponta que a reforma representa um “teste decisivo” para Emmanuel Macron sobre seu mandato e sobre “a marca que deixará na história”.

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O presidente, que se encontra nesta quinta-feira em Barcelona para uma cúpula franco-espanhola, tentou enfraquecer a frente sindical no dia anterior, considerando que há sindicatos que “convocam protestos num marco tradicional” e outros que querem “bloquear o país”.

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Embora sua intenção inicial fosse adiá-la de 62 para 65 anos, sua primeira-ministra Élisabeth Borne acabou estabelecendo a idade em 64 anos, mas antecipou para 2027 a exigência de contribuir 43 anos para receber a aposentadoria completa.

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Esses dois pontos provocaram a rejeição social e sindical. De acordo com uma pesquisa da Ipsos publicada na quarta-feira, embora 81% dos franceses considerem uma reforma necessária, 61% a rejeitam e 58% apoiam o movimento grevista.

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A primeira frente sindical unitária desde 2010, quando tentou em vão impedir o aumento da idade de aposentadoria de 60 para 62 anos pelo governo do presidente conservador Nicolas Sarkozy, espera levar um milhão de manifestantes às ruas.

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Mais de 200 protestos estão planejados na França. Os primeiros já começaram, como em Toulouse (sul) e Marselha (sudeste), e em Paris pela manhã. As autoridades esperam entre 550.000 e 750.000 manifestantes e entre 50.000 e 80.000 na capital.

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Mas o sucesso de 1995 será alcançado? Presente no imaginário coletivo, esse intenso protesto durante o inverno, que deixou metrôs e trens parados nas plataformas por mais de três semanas, foi o último a paralisar uma reforma da previdência.

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O ministro Clément Beaune já avisou que hoje seria um dia “infernal” nos transportes e pediu aos cidadãos que trabalhem de casa, onde muitos terão também que cuidar dos filhos, já que 70% dos professores também entraram em greve, segundo os sindicatos.

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