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FMI e Banco Mundial fazem reunião anual contra freada global

Entidades apontam que a economia global está desacelerando por causa de conflitos como a guerra comercial sino-americana, o Brexit e a recessão na Europa

Kristalina Georgieva, nova diretora do FMI, em evento em Nova York em 2018 (Peter Foley/Bloomberg)

Uma década depois da crise econômica mundial, volta com força o temor de que uma nova recessão global aconteça. É nesse contexto que, a partir desta segunda-feira 14 até o dia 20, acontece a reunião de outono (no hemisfério norte) do Fundo Monetário Internacional (FMI) com o Banco Mundial, evento que reunirá banqueiros, diretores financeiros e políticos em Washington, nos Estados Unidos. Uma semana antes do evento, os líderes das duas instituições deram declarações confirmando que o cenário econômico está se deteriorando ao redor do mundo.

Kristalina Georgieva, a nova diretora do FMI, disse na última terça-feira 8, que a economia global está desacelerando sincronizadamente. A economista afirmou que a situação mudou em comparação com dois anos atrás, quando 75% do mundo acelerava. Em 2019, o FMI projeta uma desaceleração do crescimento em 90% do planeta, o que significa que “o crescimento este ano irá cair para a menor taxa desde o começo da década”.

Georgieva culpa os desgastes da guerra comercial sino-americana pelo ritmo de crescimento mais lento. Segundo uma pesquisa do FMI, as perdas econômicas da disputa comercial irão somar 700 bilhões de dólares até 2020, o que representa 0,8% do Produto Interno Bruto global. O resultado da balança comercial chinesa em setembro, que deve ser divulgado nesta segunda, pode confirmar sua tese. Em agosto, as exportações chinesas caíram e a tendência é que os números de setembro mostrem uma desaceleração ainda mais acentuada.

David Malpass, que comanda o Banco Mundial desde abril, corroborou as visões da diretora do FMI em um discurso na Universidade McGill, no qual disse que sua instituição antecipava em junho um crescimento global de 2,6% para 2019, mas que agora espera uma porcentagem ainda menor, devido ao Brexit, à recessão na Europa e às incertezas causadas pela guerra comercial dos EUA com a China.

Na sexta-feira 11, EUA e China deram uma declaração que torna as perspectivas futuras melhores. Mas como o evento do FMI e do Banco Mundial não receberá os responsáveis por resolver esse tipo de tensão comercial e política, as duas entidades estão planejando ressaltar para os países quais políticas fiscais e monetárias eles podem adotar para tentar alavancar suas economias.

Malpass acredita, por exemplo, que se países desenvolvidos gastassem mais, isso ampliaria o crescimento. “Entender porque as taxas de juros básicas negativas [como acontece no Japão e na Europa] não parecem estimular a economia me parece uma parte importante do desafio”, sugeriu o presidente do Banco Mundial. Georgieva aposta na mesma linha.

 

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