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Fim do rali? Ibovespa abre em queda após de 6 altas seguidas

Mercado local adota tom de cautela, enquanto índices internacionais seguem movimento de alta em cima de potencial vacina

Bolsa: cautela domina mercado local nos primeiros minutos de pregão (Germano Lüders/Exame)

Ainda que as bolsas internacionais sigam motivadas por notícias sobre vacina, no Brasil, investidores tiram o pé do acelerador nesta quarta-feira, 11, depois de levarem o Ibovespa à sexta alta consecutiva na véspera. No mercado local, desconforto com as últimas falas do presidente Jair Bolsonaro e dados do varejo abaixo do esperado motivam maior cautela. Às 10h22, o Ibovespa caía 0,31% para 104.741 pontos.

Divulgado ainda pela manhã, as vendas do varejo brasileiro tiveram crescimento mensal de 0,6% em setembro ante expectativa de 1,4% de alta. Na comparação anual, os dados também decepcionaram, com aumento de 7,4% contra a expansão esperada de 7,9%.

“Para o mês de outubro, devemos ver a continuidade de uma normalização das taxas de crescimento, em linha com o abafamento da recuperação da confiança do consumidor e do setor de comércio”, avaliam analistas da Exame Research.

Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, também ressalta que o recente conflito político acerca das vacinas que serão disponibilizadas no Brasil também contribui para o clima de maior cautela no mercado local. “A politização da vacina é ruim. Abre espaço para dúvidas em relação à velocidade da recuperação econômica no Brasil”, comenta.

Apesar da maior cautela no mercado local, no exterior, os principais índices de ações dão continuidade ao rali da vacina. Na Europa, que vem sofrendo com a segunda onda de coronavírus, o Stoxx 600 sobe quase 1%, acumulando quase 6% de alta desde segunda-feira, quando a Pfizer anunciou que sua potencial vacina tem 90% de eficácia contra o coronavírus.

Com a notícia da vacina, investidores promoveram uma intensa rotação de ativos, migrando de ações de tecnologia e e-commerce para os papéis mais prejudicados pelos efeitos da pandemia. Nesta quarta, porém, o movimento é inverso. Enquanto papéis ligados a viagens e turismo se desvalorizam no mundo, ações de tecnologia voltam a ganhar a preferência dos investidores. No mercado de futuros dos Estados Unidos, por exemplo, o índice Nasdaq, que concentra as maiores empresas do setor, volta a ter desempenho superior aos do S&P 500 e Dow Jones.

No Brasil, efeito semelhante ocorre, com papéis de e-commerce entre as maiores altas, enquanto Azul e Gol figuram entre as maiores perdas, depois de terem subido quase 20% na segunda-feira, 9. O barril de petróleo, por outro lado, segue se valorizando no mercado internacional, com esperanças sobre o fim da pandemia – que, consequentemente, aumentaria a demanda pela commodity.

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