As verdadeiras razões para a omissão, crê a ex-política, é para simultaneamente criar um álibi no caso de neonazistas ucranianos violadores de direitos humanos serem altamente divulgados na mídia, e lhes enviar bilhões de dólares “inocentemente”, e também porque o Batalhão Azov é a força mais eficaz e antirrussa que resta na Ucrânia.
“O Pentágono, em particular, prefere trabalhar com o que vê como vencedores, sobreviventes de longo prazo e, claro, aqueles que já estão treinando, e isso inclui neonazistas e banderistas uniformizados do Exército ucraniano regular, segundo o próprio presidente [Vladimir] Zelensky em recente entrevista à mídia dos EUA”, disse Kwiatkowski. Além disso, notou ela, em 2018 os legisladores democratas estavam “eufóricos” com tentativas de prevenir abusos de direitos humanos.
Phil Giraldi, ex-responsável da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA, por sua vez, vê duas razões principais para a ausência da cláusula.
“Primeiro, a proibição era inútil, pois dar armas ao Exército ucraniano significaria que certa porcentagem das armas acabaria nas mãos do Batalhão Azov, e, segundo, o Congresso [dos EUA] quer realmente punir a Rússia e está inclinado a colocar novas armas nas mãos daqueles que sabem como usá-las e estão dispostos a lutar duro e até mesmo morrer para matar os russos”, teorizou à Sputnik.
Beau Grosscup, professor de ciências políticas da Universidade Estadual da Califórnia, EUA, citou uma máxima clássica americana de segurança para explicar a ausência da cláusula.
“Há um princípio [e] prática de longa data na política externa americana, ‘o inimigo de meu inimigo é meu amigo'”, apontou Grosscup à Sputnik, acrescentando que a administração Biden e a mídia corporativa ajudarão a garantir que ninguém perceba a mudança, e que aqueles que a perceberem serão duramente criticados como pró-russos e anti-OTAN ou anti-EUA.