Candidato do PDT afirmou que quer ser eleito por pessoas que o consideram a saída para o Brasil restaurar o diálogo e não por quem ‘não queria votar em outro’
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, declarou nesta terça-feira (18/9) que, apesar de terem um passado de proximidade e aliança, seu projeto de governo não é o mesmo do PT de Fernando Haddad. O pedetista também considera o apelo ao voto útil, pregado desde já por parte dos adversários, um “insulto à experiência popular”.
Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, Haddad havia dito que, pela relação histórica, ele e Ciro poderiam estar juntos em um possível segundo turno, independentemente de qual dos dois avance.
Questionado por jornalistas sobre a declaração, o ex-governador do Ceará tentou se desvencilhar. “Sim, se olhar para os últimos 16 anos, estivemos juntos e tentei ajudar. Mas o projeto que eu advogo para o Brasil não é o mesmo do PT. Quero ajudar a população a por um fim nessa violência odienta, nesse sectarismo e radicalização política que infelizmente está levando nossa economia para o brejo”, disse.
Ciro participa, nesta manhã, de um encontro na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na região central da capital paulista. Antes da reunião, o pedetista também rebateu qualquer estratégia para atrair o voto de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) para evitar a vitória do PT ou de Jair Bolsonaro (PSL). “Para um democrata, a presunção é confiança no voto popular. Então, acredito que essa história de voto útil é um insulto à experiência popular”, criticou.
“Eu não quero ser eleito por alguém que botou a mão no nariz e votou em mim porque não queria votar em outro. Quero ser eleito porque represento a saída para o Brasil, que precisa restaurar o diálogo e acabar com essa ameaça fascista que não é nem tanto o Bolsonaro, mas o vice dele, que está deixando clara essa posição”, disse, enumerando as declarações dadas na véspera pelo General Hamilton Mourão.
Na segunda-feira, Mourão disse, por exemplo, que famílias pobres “onde não há pai e avô, mas, sim, mãe e avó” são “fábricas de desajustados” que fornecem mão de obra ao narcotráfico.