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Empresário acusa chefe de campanha de Russomanno de fraude

Marcelo Squassoni é acusado de ter usado notas fiscais frias da empresa Tecnologia e Sistemas de Segurança para justificar gastos de sua cota de deputado

O deputado federal Marcelo Squassoni, chefe da campanha eleitoral do candidato à prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) (Divulgação/Facebook/Empresário acusa chefe de campanha de Russomanno de fraude)
O deputado federal Marcelo Squassoni, chefe da campanha eleitoral do candidato à prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) (Divulgação/Facebook/Empresário acusa chefe de campanha de Russomanno de fraude)

O deputado federal Marcelo Squassoni (PRB-SP), coordenador de campanha do candidato a prefeito de São Paulo pelo PRB, Celso Russomanno, é acusado por um empresário do Guarujá, no litoral paulista, base eleitoral do parlamentar, de ter usado notas fiscais frias de uma de suas empresas para justificar gastos da cota parlamentar.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e à rádio CBN, José Eduardo dos Santos, dono da TESS (Tecnologia e Sistemas de Segurança) disse que emitiu nove notas fiscais de 3.500 reais cada uma sem ter prestado nenhum serviço.

Parte das notas da TESS estão registradas na prestação de contas de Squassoni no Portal da Transparência. “Em agosto de 2015 eu fui procurado para emitir notas fiscais de minha empresa para que ele pudesse arcar com compromissos de campanha. Ficou combinado que seria como segurança eletrônica e manutenção preventiva. Nós não prestamos o serviço”.

A denúncia foi protocolada no Ministério Público Federal no último dia 9. O empresário afirma que recebeu “ameaças” e “oferta de dinheiro” de um interlocutor do deputado para desistir da denúncia. “Ele mandou uma pessoa chamada Emerson, que faz trabalhos gráficos no Guarujá, me procurar. Esse interlocutor disse que o Marcelo tinha até 200.000 reais para mim e que eu ainda poderia ganhar um ou dois cargos no governo.”

O empresário disse que recusou a proposta. “Ele então disse que, se eu não parasse, minha vida ia ficar complicada no Guarujá e eu não poderia nem fazer faxina na cidade.”

Dois dias depois, no último dia 11, e após relatar o caso à imprensa, o escritório de Santos foi atingido por dois tiros disparados por um motoqueiro. Ele fez um boletim de ocorrência sobre o ocorrido. “Não posso atribuir a ele, mas sem sombra de dúvida é muita coincidência.” Santos disse estar escondido em um flat em São Paulo, segundo ele, por precaução.

A campanha de Russomanno não quis se pronunciar. O deputado Marcelo Squassoni afirmou que foi vítima de uma “armação política”. “Esse cidadão está fazendo um jogo por causa de dinheiro. Ele quis me extorquir. Denunciei isso na Polícia Federal”, afirmou o parlamentar. O deputado disse que o serviço foi executado e prometeu enviar provas à reportagem, mas não o fez.

Em nota, a assessoria de Squassoni afirmou que a empresa está “regularmente inscrita” no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e prestou serviços entre os meses de agosto de 2015 e fevereiro de 2016. “As notas fiscais foram devidamente apresentadas, pagas e reembolsadas pela Câmara dos Deputados após minuciosa análise de documentação, como é de praxe.”

Ainda segundo a assessoria, o próprio Squassoni teria acionado por telefone a pessoa que havia sido contratada por seu gabinete, Oséas Pedro Alves, questionando-o a respeito do mal entendido. Este, por sua vez, teria comparecido à Delegacia-Sede de Guarujá e confirmado ao delegado de plantão a realização do serviço e a utilização de nota fiscal de empresa parceira (Tess) para a devida cobrança.

“Considerando o atual momento eleitoral, e, ainda, o histórico do meio político guarujaense, fica muito claro que tudo não passa de uma acintosa armação de cunho político. A partir disso, o deputado reuniu cópias de documentos que comprovam a chantagem da qual está sendo vítima e protocolou denúncia hoje [na terça-feira, 20], na PF”, concluiu a assessoria.

(Com Estadão Conteúdo)

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