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Em São Paulo, Lula e Unasul debatem integração regional

Evento discutiu necessidade de novas condições de produtividade e a necessidade de mudanças na postura política.

A diversidade política é o grande empecilho para o processo de integração das economias sul-americanas, avalia o ex-presidente Lula. “A direita, os conservadores, dizem que a exportação de serviços para fazer o porto de Mariel em Cuba ou o metrô em Caracas significa que a gente está dando dinheiro pros outros em vez de investir no Brasil. É o atraso politico, é o atraso o discurso da integração. É a submissão ao que tem de mais atrasado no mundo”, afirmou durante uma reunião realizada pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas) junto ao Instituto Lula, no início do mês.

Além de Lula, estiveram presentes no encontro em São Paulo o ex-presidente da Colômbia e Secretário-Geral da Unasul, Ernesto Samper, além de representantes do governo, do parlamento, dos empresários, das universidades e dos movimentos sociais sindicais brasileiros. O tema tratado foi a política integracionista das cadeias produtivas da América do Sul.

Segundo Samper, é preciso criar novas condições de produtividade para, assim, fortalecer o espaço regional de integração. “A distância entre as cidades da Europa é de, em média, 1.100 quilômetros. Já a distância entre as cidades sul-americanas é de, aproximadamente, 3.400 quilômetros. Portanto, devemos trabalhar o dobro”, concluiu, ressaltando o atraso de infra-estrutura na região diante das condições europeias.

A Unasul foi criada em Brasília, em 2008, com o propósito de permitir, através da implantação de uma zona de livre comércio, maior circulação de mercadorias e pessoas. Assim, estabelecer uma relação comercial mais flexível entre os 12 países que a compõem: Brasil, Bolívia, Argentina, Chile,  Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela, além de dois países latino-americanos que atuam como observadores, México e Panamá.

Além de frisar a necessidade de uma mudança de postura política por parte das nações envolvidas, principalmente das grandes economias, Lula também defendeu a política atual praticada pelo BNDES:“ A impressão que tenho é a de que nosso banco de desenvolvimento é tão rígido que só empresta dinheiro pra quem não precisa. Esses dias vi alguém querendo fazer uma CPI do BNDES. Quem sabe isso flexibilizaria a dureza do BNDES em emprestar dinheiro. Só pensa que o BNDES empresta dinheiro fácil quem nunca precisou, quem precisou entrar lá para pegar o dinheiro e viu quantos dias, viu que são mais de 180 dias para avaliar um programa”.

Por fim, Lula disse que falta repartir a essência de produções entre os países. Se todos quiserem apenas vender, não haverá integração. “Acreditamos muito quando falamos e desacreditamos muito quando fazemos”, arrematou.

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