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Em Belo Horizonte, público vota nos melhores cafés do Brasil

Resultado da premiação da Semana Internacional do Café sai amanhã

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Entre as atrações que reuniram a maior atenção do público no primeiro dia da Semana Internacional do Café (SIC), que começou ontem (10) em Belo Horizonte, estava a chance de provar e votar nos melhores cafés do Brasil.

Concorrem à premiação Coffee of the Year (Café do Ano) 150 cafés arábicas, 30 canéforas, dez de fermentação induzida arábica e dez de fermentação induzida canéfora. Entre esses, o público pode experimentar os dez primeiros de arábica, os cinco primeiros de canéfora e três de cada tipo de fermentação induzida, e votar nos seus preferidos de cada categoria.

Dona de uma cafeteria na Serra Capixaba, Roberta Aguilar foi à SIC em busca de novos sabores para seus clientes e fez questão de provar um por um. Depois da sequência de mais de uma dezena de goles de café, ela já tinha certeza de quais eram seus preferidos.

“A feira serve justamente para isso, para que a gente possa provar cafés diferentes e comprar para servir na cafeteria”, conta ela. “A gente brinca que o paladar não retrocede. Quando você começa a se adaptar a não colocar mais açúcar e a usar cafés diferentes, não tem volta”.

O nutricionista esportivo Hélder Santos também foi à feira em busca de novos sabores, porém apenas como apreciador de café. Depois de provar todos os candidatos em uma rodada só, com cafés arábica e de fermentação induzida de arábica, ele brinca que a cafeína estava nas alturas.

“Cinco me chamaram a atenção, agora vou tentar escolher. Os que eu mais gosto são os mais encorpados, que têm mais presença”, disse o apreciador.

O resultado da premiação será divulgado amanhã (12) à noite, último dia do evento, que ocorre no centro de convenções Expominas.

Olfato e paladar

Além da degustação, a feira tem também as sessões de cupping, em que a experimentação vai além do sabor e inclui sentir o aroma em várias etapas, desde o pó do café. Apesar de esse ser um trabalho para classificadores profissionais, os Q-graders, o responsável por organizar o espaço de Cupping da feira, Alex Eduardo, conta que leigos também podem se aventurar no processo.

Por segurança, o evento exige teste negativo de covid-19 para participar do cupping, além de ao menos uma dose da vacina para poder entrar na área de exposições.

A primeira etapa é sentir o aroma do pó de café seco. Depois, esse pó é hidratado, e mais uma vez é o olfato que entra ação. Em cada passo, é preciso registrar quais aromas estão sendo reconhecidos, para compará-los com o paladar em seguida, quando o pó decanta e o líquido é separado para ser provado.

“O café tem que dar a volta no céu da boca e voltar para a língua, para vaporizar e você sentir o gosto e o aroma juntos, de uma só vez”, explica Alex.

Para provar o café, os q-graders usam uma colher, da qual chupam o café, sem nenhum receio de fazer barulho. O som, na verdade, faz parte da técnica de conduzir o café às partes certas da boca.

Como uma sessão de cupping pode ter dezenas de xícaras seguidas, os avaliadores levam ainda um copo onde cospem o café, para que tanta cafeína não cause mal estar.

Baristas campeões

O público do evento pode apreciar também a arte de preparar o café, em um espaço dedicado aos maiores baristas do Brasil. Em um estante que funciona como uma cafeteria, profissionais preparam cafés especiais enquanto explicam suas técnicas e escolhas ao público.

Campeão brasileiro de barismo em 2020 e semifinalista do campeonato mundial de baristas, Boram Um serviu ao público o mesmo café que o levou ao título nacional. Criado em uma família de produtores de café, ele começou na profissão quando abriu uma cafeteria. Desde então, ele observe uma crescente demanda por baristas profissionais.

“O mercado brasileiro está crescendo bastante, tem profissionais excelentes, mas ainda faltam baristas”.

O campeão barista considera a profissão boa para quem está começando a vida profissional e pode usar esse passo para entrar na indústria de cafés especiais. Para suprir a necessidade de baristas em suas cafeterias, Boram abriu uma escola que treina e certifica esses profissionais.

“O brasileiro vai cada vez mais migrar para o café especial. Hoje temos grandes marcas trabalhando com café especial e isso traz visibilidade”, avalia ele, que compara. “Assim como na cerveja artesanal, as pessoas começaram a comprar o café especial no mercado para provar e consumir algo em menor quantidade e maior qualidade”. Agência Brasil

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