Visita acontece em meio à crise nuclear na península coreana e marca a primeira viagem de um alto oficial chinês à Pyongyang em 2017
O governo chinês divulgou nesta quarta-feira que enviará amanhã um representante à Coreia do Norte para tratar da “relação entre os dois países, os dois partidos e outras questões de preocupação mútua”. De acordo com a rede CNN, o porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China informou que o enviado especial, Song Tao, será o primeiro oficial de alto escalão do Partido Comunista chinês a visitar Pyongyang neste ano.
Tao é diretor do departamento internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China e sua principal missão na Coreia do Norte será informar o regime de Kim Jong-un sobre o último congresso partidário, que alçou o presidente Xi Jinping à posição de governante chinês mais poderoso em 40 anos. O enviado especial de Pequim esteve no Laos e no Vietnã recentem.
O anúncio da visita do oficial chinês foi feito no mesmo dia em que o presidente americano Donald Trump classificou o regime norte-coreano como “uma ditadura perversa” e advertiu que a comunidade internacional não está disposta a aceitar uma “chantagem nuclear”. “O presidente Xi reconhece que a Coreia do Norte é uma grande ameaça para a China”, disse o chefe da Casa Branca sobre seu par chinês, de quem cobra medidas mais duras contra o regime norte-coreano.
A China não deu detalhes se o enviado especial irá discutir com Pyongang a crise nuclear, mas assegurou que Pequim se mantêm “empenhada na desnuclearização da península e na manutenção da paz e estabilidade”, assim como na resolução das tensões existentes “por meio do diálogo e de consultas”.
Desde a chegada de ambos ao poder, Xi Jinping e Kim Jong-un nunca promoveram um encontro oficial. O gesto de Pequim, ao mandar um enviado especial à Coreia do Norte, é visto como um raro momento de aproximação entre os dois países, cuja relação segue estremecida desde a intensificação dos testes nucleares e balísticos de Pyongyang. Em setembro, o governo chinês ordenou o fechamento de todas as empresas norte-coreanas em seu território até fevereiro de 2018.