Até esta quinta, choveu 43,8 mm e a média histórica é de 44,1 mm. Cantareira e Alto Tietê receberam pouca chuva em julho
Em nove dias já choveu quase o esperado para todo o mês na capital paulista. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE), já choveu 43,8 milímetros e a média histórica é de 44,1 milímetros.
Segundo reportagem do SPTV, o inverno começou há pouco mais de duas semanas (21 de junho) e já atingiu um terço da chuva prevista para a estação. O inverno está mais molhado por causa do El Niño, que carrega mais chuva para o Sul do país e atinge a região Sudeste.
represa Guarapiranga, na Zona Sul de São Paulo, também encheu mais do que o esperado para o mês. Mas os reservatórios em situação mais crítica, que ficam mais distante da capital paulista, como o Cantareira e o AltoTietê, receberam pouca chuva em julho. Junho também não foi um mês bom para os sistemas que abastecem a Grande São Paulo, já que só choveu metade da média histórica. A exceção foi o Sistema Rio Claro, que tem menor capacidade.
“O pior ainda não passou. isso demanda uma atenção muito grande por parte do governo, por parte da população em geral, mantendo as políticas de redução de consumo, de uso racional de água, reuso”, disse o professor da USP Pedro Luiz Côrtes, especialista em recursos hídricos.
Segundo Côrtes, o segundo semestre deve ser menos seco, o que pode ajudar o Cantareira, mas não salvá-lo.
“O pior ainda não passou. Isso demanda uma atenção muito grande por parte do governo, por parte da população em geral, mantendo as políticas de redução de consumo, de uso racional de água, reuso, uso de água de chuva, porque como eu disse, a gente vai sair do volume morto no próximo verão, provavelmente, mas a gente deve retornar ao volume morto no próximo período de estiagem então essa recuperação do Cantareira é uma recuperação lenta que deve demorar vários anos. A projeção aí é algo em torno de oito anos pra que a gente tenha uma segurança hídrica pra voltar a uma situação pré crise”, disse.