Em entrevista, deputado federal diz que se situação no Brasil chegar aos níveis do chile “alguma resposta vai ter que ser dada”
São Paulo — O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) flertou, pela segunda vez em uma semana, com a volta da ditadura militar no Brasil.
Em entrevista ao programa da jornalista Leda Nagle, publicada nesta quinta-feira (31), o filho do presidente Jair Bolsonaro defendeu que se houver “radicalização da esquerda” semelhantes às manifestações do Chile, “a resposta pode ser via um novo AI-5”.
Em seguida, o parlamentar foi questionado sobre uma suposta ligação entre o Foro de São Paulo e as manifestações no Chile. Para ele, a ação dos manifestantes chilenos é semelhante a dos black blocs. “Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil”, afirma.
“Alguma resposta vai ter que ser dada. Porque é uma guerra assimétrica, não é uma guerra em que você está vendo o seu inimigo do outro lado e você tem que aniquilá-lo como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno, de difícil identificação aqui no país. Espero que não chegue a esse ponto, né, mas a gente de que estar atento”, sustentou.
Em 1968, a Ditadura Militar baixou o Ato Institucional de número 5, o que inaugurou um dos períodos mais sombrios do regime de repressão. O ato restabeleceu para o país as demissões sumárias, as cassações de mandatos e as suspensões de direitos políticos. Além disso, suspendeu as franquias constitucionais da liberdade de expressão e de reunião.
Segundo estudiosos, a pior das marcas ditatoriais do Ato, estava no artigo 10: “fica suspensa a garantia de habeas corpus nos casos de crimes políticos contra a segurança nacional”. Com isso, o núcleo repressivo dos militares estava liberado pelo estado.
Essa foi a segunda vez, em uma semana, que o deputado federal sustenta uma ditadura no Brasil. Na segunda-feira (29), ele disse no plenário da Câmara que se houverem no Brasil manifestações como as do Chile, os envolvidos “vão ter que se ver com a polícia”. Segundo ele, se tiver uma radicalização nas ruas, “a história irá se repetir”.