Previsão para crescimento subiu para 0,83%; boletim Focus também mostra expectativa de inflação mais baixa
São Paulo — A expectativa do mercado para o crescimento da economia brasileira voltou a subir tanto para este ano quanto para o próximo, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira,
O levantamento semanal apontou que os economistas passaram a ver crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,83% em 2019 e de 2,20% em 2020, contra respectivamente 0,81% e 2,10% na semana anterior.
No último boletim, os economista haviam reduzido a previsão de 0,82% para 0,81%. Antes disso, a previsão havia se mantido durante duas semanas.
Os participantes do levantamento também ajustaram suas contas para a inflação, calculando agora a alta do IPCA este ano em 3,71%, 0,05 ponto percentual a menos do que na pesquisa anterior. Para 2020, entretanto, permanece a expectativa de avanço de 3,90%.
O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25% e, de 2020, de 4%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que o cenário para a taxa básica de juros não mudou, com a Selic projetada em 5% ao final de 2019 e em 5,50% em 2020. Atualmente, a Selic está no piso histórico de 6,0%.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também vê a taxa básica de juros em 5,0% este ano, mas calcula a Selic a 5,13% em 2020, na mediana das projeções.
No fim de julho, o Copom anunciou o corte da Selic de 6,50% para 6,00% ao ano. Foi a primeira queda após 16 encontros em que o colegiado manteve a taxa básica estável.
Ao justificar a decisão, o BC reconheceu uma evolução no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação. Além disso, sinalizou que devem ocorrer cortes adicionais da taxa.
A previsão para a cotação do dólar ao fim deste ano subiu de R$ 3,75 para R$ 3,78 e, para 2020, de R$ 3,80 para R$ 3,81.
Déficit primário/PIB
O Relatório de Mercado Focus trouxe alteração na projeção para o resultado primário do governo em 2019. A relação entre o déficit primário e o Produto Interno Bruto (PIB) este ano passou de 1,30% para 1,34%. No caso de 2020, permaneceu em 1,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,40% e 1,00%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2019 foi de 6,25% para 6,20%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2020, passou de 6,00% para 5,98%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 6,40% e 6,05%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.