O dólar avançou 0,95% nesta sexta-feira amparado pelo desconforto fiscal doméstico e pela alta da moeda americana no exterior
O dólar fechou em alta de 0,95%, nesta sexta-feira, 21, em 5,6068 reais. Este é o valor mais alto dos últimos três meses e foi amparado pelo desconforto fiscal doméstico e pela alta da moeda americana no exterior. Ao longo do dia, a divisa chegou a subir 1,44% para 5,634 reais, mas recuou com dados positivos de emprego. Na semana, o dólar avançou 3,31%.
Para Sidnei Nehme, economista e diretor NGO corretora de câmbio, o desempenho do dólar é o fator que demonstra mais imediatamente os reflexos de preocupação do mercado com o agravamento da questão fiscal. Para ele, na medida em que aumenta a percepção de risco, repercute no preço do dólar fazendo com que se desloque do comportamento externo da moeda americana. “Não como como reflexo de aumento de saídas no mercado à vista, mas de proteção com aumento de demanda no mercado futuro, que se antecipa a todos demais.”
O economista afirma ainda que câmbio mais alto era um objetivo do governo, que visava tornar o país mais atraente e barato aos investidores estrangeiros. Entretanto, ele acrescenta que o objetivo não teve sucesso porque não implementou o programa de privatizações, mas acabou ajudando o setor exportador, em especial o agronegócio.
“Não teve recíproca como estímulo à indústria nacional na substituição do produto importado já que a mesma não se mostrou sensibilizada para realizar investimentos, e, agora tudo se debita um pouco a crise da pandemia do coronavírus.”