Investidores voltam atenção para reunião que irá definir os rumos da política monetária americana
O dólar sobe, nesta terça-feira, 9, após bater a menor cotação em quase três meses na sessão anterior. O movimento é reflexo da pausa do tom positivo nos mercados globais, que vinham de uma sequência favorável aos ativos de risco, como ações e moedas emergentes. Às 9h30, o dólar comercial subia 0,3% e era vendido por 4,868 reais, enquanto o dólar turismo, com menor liquidez, recuava 0,2%, cotado a 5,13 reais.
No cenário externo, as principais bolsas de valores do mundo registram perdas, enquanto o dólar se valoriza contra a maioria das divisas, emergentes ou não. O índice Dxy, que mede o desempenho do dólar frente a uma série de moedas fortes, como o euro, iene e a libra, subia 0,2% nesta manhã, após se aproximar de seu menor patamar no ano, registrado em janeiro.
Sem grandes novidades no noticiário político e econômico, os investidores aproveitam para realizar os lucros de curto prazo, enquanto esperam pela decisão do sobre a política monetária dos Estados Unidos, que só será divulgada na quarta-feira.
A ampla expectativa dos investidores é a de que a taxa básica de juros seja mantida no intervalo entre 0% e 0,25% ao ano, já que o próprio presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, descartou a possibilidade de haver juros negativos no país. Ainda assim, o mercado deve estar atento à coletiva de imprensa realizada após a decisão. É sempre importante ouvir o que vão falar”, comentou Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.
Apesar da alta da moeda americana, analistas do mercado creem que o há espaço para que, nos próximos dias, o dólar caia ainda mais até encontrar um “ponto de equilíbrio”, que só seria rompido com a maior clareza de questões internas, principalmente relacionadas à economia.
“O dólar entrou em tendência de queda no curtíssimo prazo. Mas estamos em uma pandemia tudo pode acontecer, como uma segunda onda de contaminação”, disse Ruik.
A tendência positiva para o real ocorre mesmo no momento mais crítico da pandemia no Brasil, que já tem 707.412 casos confirmados e 37.134 mortos pela doença. “O mercado financeiro é meio frio. Se não tiver mexendo na economia, não faz preço. A economia brasileira está mal, mas já há alguma reação nos grandes centros.”