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Dólar sobe com escalada de tensão entre China e EUA

Bloqueio de fornecimento de equipamentos para a Huawei aumenta preocupação sobre guerra comercial

Dólar: mercado aguarda a divulgação de vídeo de reunião ministerial que pode comprometer Bolsonaro (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

O dólar sobe contra o real, nesta sexta-feira, 15, em linha com o movimento global de apreciação da moeda. Embora tenha começado o dia em tom positivo, os mercados internacionais viraram com a piora da relação entre China e Estados Unidos, após o governo dos Estados Unidos mudar as regras de exportação para bloquear o fornecimentos de semicondutores para a fabricante chinesa de smartphones Huawei. Às 9h40, o dólar subia 0,5% e era vendido por 5,851 reais, enquanto o dólar turismo se apreciava 0,3%, cotado a 6,17 reais.

A medida americana para minar o fornecimento de equipamentos para a Huawei é mais um capítulo da guerra comercial entre os dois países. Embora sua administração tenha confirmado, na última sexta-feira, a intenção de manter o acordo de janeiro, o presidente Donald Trump tem aumentado as agressões verbais à China, que ele julga ser responsável pelo coronavírus covid-19. “Esse é um fator fundamental. Uma guerra comercial em um momento já delicado preocupa e muito o mercado”, avalia Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos. Segundo ele, a instabilidade política tem deixado o real muito mais sensível às notícias negativas do exterior. “Se estivesse organizado politicamente, estaria os impactos seriam bem menores. Somos um país que vive de commodity. A exportação caiu, mas não caiu tanto. A demanda mundial por comida não vai parar”, disse.

Além do conflito comercial, um terremoto que ocorreu, nesta manhã, no estado da Califórnia também aumenta as incertezas dos investidores. De acordo com o Serviço de Geologia dos EUA, a magnitude foi de 6,4 pontos na Escala de Richter.

No exterior, o dólar se valoriza frente à maioria das principais moedas emergentes, refletindo o movimento de maior aversão a risco. Entre elas, o real é uma das que mais se desvalorizam.

Vanei Nagem acredita que a forte queda da sessão anterior, que contou com a participação intensa do Banco Central, pode levar a algum movimento de apreciação nesta sessão. “Tende a ter uma realização de lucro.”

Na quinta-feira, a moeda chegou a tocar os 5,972 reais na máxima intradiária e o movimento de alta só resfriou quando o BC anunciou leilão de até 20 mil contratos de swap cambial. “Ontem, o sentimento foi de que ele atuou para não deixar subir para 6 reais. Esta é a marca psicológica bem importante. Se deixar romper, tem espaço para ir para 6,20 reais rapidamente. Tem muitas operações nesse nível”, disse.

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