Comunicado do Copom propiciou leituras divergentes no mercado; cenário externo negativo pressiona real
O dólar avança contra o real nesta quinta-feira, 6, após o Comitê de Política Monetária (Copom) renovar a mínima histórica da taxa básica de juros Selic para 2% ao ano e dar margem a diferentes interpretações sobre um possível novo corte na reunião de setembro. O exterior negativo para ativos de risco também pressiona moedas emergentes.
Às 9h40, o dólar comercial avançava 1,1% e era vendido por 5,351 reais. O dólar também se valoriza contra a maioria das divisas emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo e lira turca.
Por aqui, os investidores repercutem o comunicado do Copom. Parte dos analistas interpretaram que a autoridade monetária encerrou o ciclo de cortes, outra acredita que a porta ainda está aberta para novas quedas da Selic.
“Tiveram interpretações variadas no mercado. Mas tudo vai depender do que vai acontecer com a economia daqui até setembro”, diz Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.
Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos, vê com preocupação os cortes de juros. “A gente não pode se igualar ao mercado internacional, porque a gente não tem economia tão forte quanto os países desenvolvidos. Vamos ver como vai ficar a atração de moeda para cá”, afirma.
Novos cortes juros tendem a enfraquecer a moeda local, já que os títulos de renda fixa ficam menos atrativos, afastando a entrada de capital estrangeiro nessa frente.
No radar dos investidores também esteve os dados semanais de pedido de seguro desemprego nos EUA, que ficaram em 1,186 milhão ante a expectativa de 1,415 milhão. Mesmo melhor do que o esperado, os números tiveram pouco efeito sobre o mercado de câmbio.