Volta da guerra comercial entre os dois países poderia prejudicar a economia global, já abalada pela pandemia
O dólar sobe frente ao real, nesta quinta-feira, 14, refletindo o movimento de valorização da moeda no mundo. A alta se deve à maior aversão a risco entre os investidores, preocupados com a crescente tensão entre China e Estados Unidos. Às 9h40, o dólar comercial subia 0,6% e era vendido por 5,935 reais, caminhando para um novo recorde de fechamento
O mercado ainda repercute as recentes ameaças do presidente Donald Trump à China. Ontem, Trump usou sua conta do Twitter para voltar a responsabilizar o país asiático pela pandemia de coronavírus covid-19 e também afirmou que nem mesmo “cem acordos comerciais” fariam alguma diferença.
A postagem ocorreu após navios militares dos EUA entrarem no Mar da China e se aproximarem de uma embarcação contratada pela companhia nacional de petróleo da Malásia. A movimentação foi vista como um sinal de afronta à China, que se opõe à extração de petróleo por outros países no local.
Para Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio e sócio da Frente Corretora, há a preocupação de que a guerra comercial volte com intensidade. “A situação está mais acentuada. Um conflito comercial provocaria uma redução do consumo global e a desaceleração da economia”, afirmou.
Com a incerteza sobre até onde pode ir a tensão entre os dois países, aumentam as buscas por proteção em dólar. “Em um cenário desses, a primeira coisa que o investidor faz é tentar não perder dinheiro. Então ele corre para os títulos americanos ou faz hedge em dólar”, disse Velloni.
No exterior, o dólar ganha força contra as principais moedas do mundo, emergentes ou não. O índice Dxy, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de divisas desenvolvidas subia 0,27%.
Na sessão anterior, o dólar chegou a abrir em queda, mas virou, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, descartar a política de juros negativos nos Estados Unidos, e encerrou 5,901 reais.