Uma redução da taxa pelo Banco Central brasileiro poderia levar a novas altas da moeda americana ante o real
O dólar comercial, referência nas transações entre empresas e bancos, começa a terça-feira praticamente estável enquanto o mercado aguarda ansioso a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) sobre a taxa básica de juros Selic. A reunião ordinária de dois dias do Copom começa hoje.
Às 10h30, a moeda americana recuava 0,01%, vendida a 5,046 reais. No ano, a alta é de 26%. O dólar turismo, usado pelos viajantes, disparava 5,2%, vendido a 5,29 reais.
Depois que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, reduziu de surpresa a sua taxa de juros para zero no domingo (15) à noite para tentar amortecer os efeitos negativos da pandemia de coronavírus, o BC brasileiro vem sendo pressionado a fazer o mesmo. No mercado de câmbio, o efeito de uma redução da Selic agora seria de fazer a moeda americana se valorizar mais em relação ao real, porque investidores internacionais que aplicam em reda fixa no país poderiam tirar os seus recursos do Brasil para colocar em nações tidas como mais seguras. Mas é grande o debate entre especialistas sobre a efetividade para a economia brasileira de um corte agora da Selic, que está em 4,25% ao ano, o menor nível da história. O pacote de estímulo de 147 bilhões de reais anunciado ontem pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, deve ajudar mais a sustentar a atividade econômica em tempos de isolamento social, na avaliação de especialistas.
“O pacote de estimulos pode beneficiar o real. A princípio, foi o correto a se fazer”, diz Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos. “Mostra que o governo vai dar liquidez se precisar. O Brasil fica em linha com o que o mundo está fazendo.”