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Dólar cai para abaixo dos R$ 5,25 com otimismo global sobre reaberturas

Real volta a acompanhar movimento das principais moedas emergentes, após ter destoado negativamente no pregão anterior

Dólar: o dólar à vista fechou a sessão da véspera em alta de 0,82%, a 5,3843 reais na venda (the_burtons/Getty Images)

O dólar recua frente ao real, nesta terça-feira, 2, em mais um dia de bom humor nos mercados internacionais com a expectativa de que as economias se recuperem conforme os processos de reabertura avançam em diversos países. Às 14h, o dólar comercial caía 3% e era vendido por 5,227 reais, enquanto o dólar turismo, com menor liquidez, recuava 2,8%, cotado a 5,51 reais.

Dessa forma, o Brasil volta acompanhar o movimento internacional de depreciação do dólar. No pregão anterior, o real destoou do resto do mundo e foi a única moeda, entre as principais emergentes, que se desvalorizou. “Isto tem ocorrido com frequência, indicando que o Brasil tem fatores de influência que os diferencia neste momento para pior, e isso passa mais pelas tensões políticas do que pelas conhecidas razões fiscais e econômicas”, afirmou, em relatório, Sidnei Nehme, economista e diretor executivo da NGO Corretora.

Também ajuda a endossar o otimismo a notícia do Global Times, que afirma que a China continua comprando soja americana. Na véspera, a Bloomberg informou que o governo chinês havia interrompido as importações de produtos agrícolas americanos, incluindo a soja, que fazia parte do acordo comercial entre os dois países.

Ainda assim, o mercado continua atento aos desdobramentos da tensão entre os dois países. Na semana passada, o presidente Donald Trump anunciou retaliações à China como resposta à tentativa do governo chinês de obter maior controle sobre Hong Kong por meio da lei de segurança nacional. A China prometeu um contra-ataque, mas até agora não anunciou medidas.

Sem claras ameaças à primeira fase do acordo comercial, o mercado vê um esfriamento, mesmo que momentâneo, do tema e volta suas preocupações para as manifestações antirracistas nos Estados Unidos, desencadeadas após o cidadão negro George Floyd ser assassinado pela polícia de Minneapolis. Na véspera, Trump ameaçou usar o exército “para resolver” o que ele considera ser “atos de terrorismo doméstico”.

Iniciados na semana passada, os protestos estão sendo marcados por conflitos rotineiros entre manifestantes e policiais. Pouco mais de 20 dos 50 estados americanos já contam com a presença da guarda nacional para conter os protestos.

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