Presidente da Câmara segue sem definir o candidato à sua sucessão, mas lista de preferidos se reduz a Aguinaldo Ribeiro e Baleia Rossi. Hoje, partidos de oposição tentarão definir rumo
Os dois deputados apontados como preferidos por Maia são aliados de longa data dele. Ribeiro, por exemplo, foi designado relator da reforma tributária. Já Rossi, líder e presidente do MDB, foi escolhido como relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária.
Na avaliação do bloco, tanto Ribeiro quanto Rossi são os dois nomes que podem conseguir o apoio dos partidos de oposição. Siglas como PDT, PSB, PCdoB, PSol e PT somam mais de 130 deputados e são essenciais para que algum candidato consiga maioria para as eleições da Casa. Agora, Maia pretende se reunir com esses partidos para avaliar a aceitação dos dois nomes.
Entretanto, a indefinição sobre um candidato também ocorre por causa de questões internas dos partidos de ambos. Filiado ao PP, Ribeiro é do mesmo partido do líder do Centrão e candidato adversário do grupo de Maia, Arthur Lira (AL). O parlamentar confirmou a entrada na corrida eleitoral e tem apoio do governo Jair Bolsonaro.
Conforme apurou o Correio, parlamentares dizem existirem sinalizações de que o chefe do Executivo poderia se filiar ao PP no próximo ano. Por isso, caso Ribeiro ganhasse a disputa pelo comando da Câmara, o partido poderia influenciar na pauta para favorecer o governo. Nas articulações, Maia sempre defendeu que o seu candidato vai garantir a independência da Casa em relação ao Executivo.
Ribeiro é considerado um parlamentar conciliador e moderado, que transita bem em todas as bancadas, inclusive na petista. Na outra ponta, Rossi pode ser derrubado por causa da disputa pelo comando do Senado. O partido tem a maior bancada de senadores e, como o impedimento de reeleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP), os emedebistas querem assegurar a direção da Casa. Os líderes partidários não querem entregar as presidências da Câmara e do Senado para o mesmo partido.
Além disso, pesa contra Rossi o fato de ele ter defendido o impeachment de Dilma, o que causa resistência por parte do PT. A sigla tem a maior bancada da Câmara, com 54 deputados.
Oposição
Enquanto o grupo de Maia segue sem consenso sobre um candidato, os partidos de oposição vão tentar, hoje, definir seu futuro. Cortejados por Lira, PT e PSB afirmaram que não iam embarcar na candidatura do líder do Centrão, pois ele era apoiado pelo Planalto.
O PT deve apoiar, a princípio, o candidato do PSol. O partido, que conta com 10 deputados, sempre lança candidatura própria, mesmo com poucas chances de vitória. A tática é conhecida como “candidatura de oportunidade”, quando um nome da sigla está no processo apenas para participar do debate e conseguir levantar as bandeiras da sigla. Por isso, o PT poderá embarcar na jogada do PSol e só apoiar um nome de Maia em um eventual segundo turno. Para se eleger, um candidato precisa ter ao menos 257 votos.
Já PCdoB e PDT tendem a fechar com o nome que tiver a bênção de Maia. Na última semana, a líder do PCdoB, Perpétua Almeida (AC), afirmou que o partido jamais apoiaria Lira, por ele ser o “candidato do Bolsonaro”. Por sua vez, integrantes da Executiva Nacional do PDT, como Ciro Gomes, e o presidente da sigla, Carlos Lupi, sinalizaram que apoiam o nome do democrata.