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Disputa por alianças pela Presidência do Senado esquenta na reta final

Candidata do MDB à Presidência da Casa, Simone Tebet consegue apoio do Podemos e do Cidadania. Os tucanos José Serra e Mara Gabrilli também aderem à campanha da parlamentar. Adversário dela, Rodrigo Pacheco recebe aval do Progressistas

(crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Menos de 24 horas após ser oficializada como candidata do MDB à Presidência do Senado, Simone Tebet (MS) deu passos importantes na busca por alianças com outras forças políticas. Ontem, ela recebeu apoio das bancadas do Cidadania, com três senadores, e do Podemos, com nove. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a parlamentar também conseguiu a adesão dos senadores José Serra e Mara Gabrilli, ambos dos PSDB-SP, o que pode abrir caminho para a conquista de todos os sete votos tucanos na Casa. A eleição está marcada para 1º de fevereiro.

O Podemos tomou a decisão por maioria, mas nem todos os senadores da legenda garantiram votos a Tebet. Marcos Do Val (ES) e Romário (RJ) teriam a tendência de apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e que tem o respaldo do Palácio do Planalto.

O líder do Podemos na Casa, Álvaro Dias (PR), divulgou nota afirmando que a decisão foi tomada após a bancada discutir e refletir sobre os compromissos assumidos por Tebet, incluindo a independência dos Poderes e a governabilidade. O comunicado acrescentou que, “como sempre, a bancada respeitará eventuais opiniões divergentes dos seus senadores”.

Tebet foi escolhida candidata do MDB, na terça-feira, após uma disputa interna com outros três colegas de partido. O nome dela é considerado o mais viável para atrair alianças com legendas não alinhadas ao governo. A decisão da sigla foi interpretada, no meio político, como uma reação ao aval do presidente Jair Bolsonaro à candidatura de Pacheco.

Maior bancada do Senado, o MDB conta com 15 senadores e trabalha para conseguir os votos de sete parlamentares do Podemos (de um total de nove), três do Cidadania, sete do PSDB e dois do PSL. Para vencer a eleição em primeiro turno, o candidato deve receber, no mínimo, 41 votos entre os 81 integrantes da Casa.

O senador José Serra anunciou, pelas redes sociais, a decisão de votar na candidata do MDB. “Declaro meu apoio à senadora Simone Tebet para a Presidência do Senado Federal. Renovar é preciso, e estou certo de que sua eleição será um grande avanço. À frente da CCJ, Simone nos mostrou seriedade, firmeza e espírito democrático. Agora, vamos elegê-la a 1ª mulher presidente do Senado!”, escreveu.

Mara Gabrilli fez o mesmo: “Colegas senadores, vamos eleger Simone Tebet à Presidência do Senado. Independência dos Poderes e harmonia, sem polarização. Simone representa renovação, seriedade, diálogo, além de valorizar a força da mulher na política”, postou.

Já a bancada do Cidadania decidiu, por unanimidade, aderir à campanha de Tebet. O partido conta com três representantes na Casa: Jorge Kajuru (GO), Eliziane Gama (MA) e Alessandro Vieira (SE). Kajuru abriu mão da candidatura própria em favor da senadora sul-mato-grossense.

Progressistas

Já o adversário dela conquistou, ontem, o apoio do Progressistas, que tem sete parlamentares. “Acreditamos que o senador Rodrigo Pacheco se identifica com os anseios progressistas de unificar o Senado Federal em torno de projetos que vão garantir a retomada do crescimento econômico do país pós-pandemia e as reformas de que o Brasil precisa”, afirmou o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP.

A depender dos apoios partidários, Pacheco está mais próximo da cadeira da Presidência do que Tebet. O democrata tem o aval de oito bancadas, que, juntas, somam 38 senadores. Porém, como a votação será secreta e é grande a ofensiva dos candidatos no trabalho de convencimento dos parlamentares, há chances de traições em ambos os lados em disputa.

Além de PP, DEM, PSD, Pros, PT, Republicanos, PSC e PL, fechados com Pacheco, o PDT estuda embarcar na candidatura dele. A sigla conta com três senadores, mas aguarda a sinalização de outras legendas da oposição, como Rede e PSB, para definir um acordo.

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