Durante a visita, Margareth Chan também discutirá ações contra o vírus. A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde também virá ao país para acompanhar a visita
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margareth Chan, desembarca em Brasília terça-feira (23) para acompanhar a epidemia de zika e discutir as ações de combate ao vírus. Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), também virá ao país para acompanhar a visita.
A previsão é que Margareth e Carissa fiquem dois dias no país. Inicialmente, elas irão se reunir com a presidente Dilma Rousseff para discutir a coordenação dos esforços brasileiros e globais de combate ao zika. Em seguida, visitarão Recife, capital de Pernambuco, estado com o maior número de notificações das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti até o momento e com o maior número de casos de microcefalia.
Segundo informações do Ministério da Saúde, a visita foi um pedido do governo brasileiro. Margareth é diretora-geral da OMS desde novembro de 2006. Seu primeiro mandato se destacou pelo combate à desnutrição na Ásia e pressão contra problemas sanitários em regimes fechados, como a Coreia do Norte. Já o segundo, sofreu inúmeras críticas pela demora na reação contra a epidemia de ebola na África.
Microcefalia no Brasil – Embora 508 casos de microcefalia já tenham sido confirmados pelo Ministério da Saúde e 837 descartados, 74% (3.935) dos registros ainda são classificadas como “em investigação”. As famílias destes bebês aguardam a realização de exames complementares, como ultrassom e tomografias.
A demora na divulgação do resultado final é provocada por um misto de fatores: burocracia, falta de infraestrutura ou agilidade para providenciar transporte das crianças a centros onde seria possível fazer o exame confirmatório e, sobretudo, desconhecimento.
O secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, admite a demora na avaliação de casos suspeitos de microcefalia, afirma que o problema pode levar ao sofrimento das famílias e diz ser necessária a adoção de medidas para reverter esse quadro. “Esperávamos que esse número tivesse se reduzido, mas não foi o que vimos”.
Entre as opções estão mutirões e colaboração com Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), que ficaria encarregado, por exemplo, de transportar mães e bebês em veículos próprios para levá-los a centro de diagnóstico. “Não é urgência médica, mas uma questão humanitária”, afirmou. Enquanto a confirmação não chega, a recomendação oficial é que o paciente deve receber o tratamento como se de fato tivesse a síndrome.