Mas de 96% dos acionistas presentes em assembleia da companhia votaram pela retirada das ações do mercado, após um ano de pressão do governo chinês
A Didi Global, gigante chinesa de serviço de motoristas por aplicativo e dona da 99, vai retirar suas ações da Bolsa de Nova York, após a maioria dos acionistas da companhia ter votado a fazer desse movimento e pondo fim a um conflito que se arrasta há um ano com Pequim sobre sua listagem no mercado de ações americano.
Reunidos em assembleia geral extraordinária nesta segunda-feira, mais de 96% dos acionistas presentes votaram em favor do desligamento da Didi da bolsa nos Estados Unidos, informou a companhia.
Esses acionistas representavam 811,44 milhões de um total de 1,2 bilhão de ações em circulação no último dia 28 de abril.
— É a única opção para os acionistas. Eles iriam para o purgatório se persistissem em sua desobediência ao governo chinês — comentou Thomas Hayes, presidente da Green Hill Capital.
A Didi disse no mês passado, quando convocou a assembleia geral de acionistas realizada hoje para votar o desligamento da Bolsa de Nova York, que não vai listar suas ações em qualquer outra bolsa de valores até que a saída esteja concluída.
A companhia tem lutado para normalizar seus negócios após ter enfurecido os reguladores chineses ao avançar com sua listagem de US$ 4,4 bilhões na Bolsa de Nova York em junho de 2021, apesar de Pequim ter pedido que a Didi deixasse essa iniciativa em compasso de espera.
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Ameaças de Pequim
Dias após a abertura de capital na Bolsa dos EUA, a autoridade da concorrência chinesa para assuntos digitais, a Administração do Cyberespaço da China, iniciou um inquérito sobre segurança cibernética envolvendo as práticas ligadas a dados da Didi e ordenou que lojas de aplicativos removessem 25 aplicativos operados pela companhia.
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O organismo também pediu que a Didi deixasse de cadastrar novos usuários, citando a segurança nacional e o interesse público.
A companhia vai protocolar um formulário junto à comissão de valores mobiliários americana (SEC, na sigla em inglês) até o próximo dia 2 solicitando que suas ações sejam deslistadas.