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Descoberta de remédios de outra epidemia pode ajudar contra covid-19

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Médica Walter e Eliza Hall descobriram compostos que podem bloquear proteína do novo coronavírus

Coronavírus: medicamentos usados em outros surtos do vírus podem ajudar na luta contra pandemia atual (Kiyoshi Hijiki/Getty Images)

Compostos de medicações que foram usadas durante a epidemia do sars em 2002 podem funcionar também contra a covid-19, segundo um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Médica Walter e Eliza Hall, na Austrália. Os compostos encontrados pelos cientistas conseguiram inibir o vírus da sars, outra variante do coronavírus, e evitar que o SARS-CoV-2 (da covid-19) crescesse em laboratório.

Nenhum medicamento específico foi identificado como bloqueador dessa proteína. Os pesquisadores descobriram, ao analisar dados sobre medicamentos, que alguns compostos utilizados na epidemia do coronavírus de 2002 podem bloquear uma proteína chave dos coronavírus, chamada de PLpro — essencial para que o vírus se multiplique em células humanas e para desabilitar as respostas antivirais do organismo. A proteína encontrada na nova variação do vírus tem 83% de semelhança com a variação que causou o surto há 18 anos, de acordo com o estudo.

“Drogas que conseguem inativar a PLpro podem ser úteis não só para a covid-19, mas podem também funcionar contra outras doenças relacionadas ao coronavírus conforme surgirem no futuro”, afirmou um dos autores na pesquisa.

A ideia dos cientistas agora é produzir um remédio com os compostos encontrados a fim de ajudar a reduzir os efeitos da pandemia atual, que já deixou mais de 24,2 milhões de pessoas infectadas e 826.591 mortes no mundo todo.

É claro que não é uma tarefa fácil. Uma nova medicação pode levar anos para ficar pronta e precisa passar por uma longa lista de testes antes de chegar até a população — que incluem testes prévios em animais, testes clínicos para comprovar a eficácia do remédio em humanos, entre outros.

Nenhum medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais.

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