Ex-procurador da Lava Jato foi condenado a pagar R$ 75 mil de indenização ao ex-presidente por danos morais
O ex-procurador Deltan Dallagnol afirmou que já recebeu mais de R$ 300 mil em doações para ajudá-lo no pagamento da indenização de R$ 75 mil ao ex-presidente Lula (PT). “Não para de entrar Pix”, disse ele em vídeo publicado nesta quinta-feira (24) nas redes sociais.
Dallagnol mostrou ainda uma lista de valores recebidos em um período de 24 horas. “Não tenho palavras para o carinho, a solidariedade e o senso de justiça desse gesto”, escreveu. Segundo ele, tudo o que exceder o valor da indenização será destinado ao tratamento de crianças com câncer e autismo.
Pessoal, o que vocês estão fazendo é incrível: o valor recebido em doações que não pararam de entrar por toda a noite já superou e MUITO o valor da condenação injusta do STJ para que eu indenizasse Lula. Confere no vídeo!https://t.co/XUBvh0M0jo
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) March 24, 2022
O ex-coordenador da Lava Jato no Paraná foi condenado pela Quarta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) por conta de uma apresentação de slides feita à imprensa durante uma das fases da operação, em que Dallagnol apontou o petista como comandante do esquema criminoso de desvio de dinheiro na Petrobras no caso do triplex.
A Corte acolheu uma ação movida pelo petista por danos morais e abuso de autoridade. Lula pediu indenização de R$ 1 milhão em razão de uma exposição feita sobre acusações contra ele. O valor da indenização, entretanto, foi fixado em R$ 75 mil que, corrigidos, devem girar em torno de R$ 100 mil.
Na ocasião, Dallagnol usou um PowerPoint para detalhar o caso em que Lula foi acusado de receber um triplex no Guarujá em forma de propina e apontou o político como chefe de um esquema de corrupção. Lula chegou a ser condenado em primeira e em segunda instâncias pelo caso, ficou preso por 580 dias e teve recursos rejeitados no STJ.
No entanto, as condenações foram anuladas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que entendeu que o juiz do caso, Sergio Moro, não atuou de maneira imparcial e que a Justiça Federal do Paraná não era foro competente para julgar as acusações contra Lula.