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Crise diplomática entre Brasil e França deixa Europa em alerta

As atitudes do presidente da França, Emmanuel Macron, também foram criticadas

A crise diplomática entre Brasil e França com declarações pesadas dos dois lados começa a deixar a Europa em alerta. Os principais jornais repercutem, nesta terça-feira (27), a decisão do governo Jair Bolsonaro (PSL) de rejeitar a ajuda de US$ 20 milhões prometida pelo G7.

Antes de mais nada, é preciso salientar que, mesmo deste lado do Atlântico, a oferta de ajuda das sete nações mais industrializadas do mundo foi bastante criticada.

Diante do tamanho do problema, da relevância da floresta e do estardalhaço feito pelo presidente da França, Emmanuel Macron, a cifra é irrisória. Para colocar as coisas em perspectiva, o ator americano Leonardo Dicaprio, sozinho, prometeu doar US$ 5 milhões para combater os incêndios na Amazônia.

O Greenpeace da França divulgou nota criticando duramente a postura dos países do G7 diante da crise na floresta tropical. O texto diz que a reunião em Biarritz representou mais um fracasso na diplomacia climática e que Macron apresentou “iniciativas pontuais, que mal escondem o seu fracasso na elevação dos objetivos climáticos dos países do G7 e a sua própria inércia na França em relação ao tema”.

O grupo ambientalista também classificou de oportunista e tardia a ameaça de Macron de não assinar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE) em retaliação a inoperância de Bolsonaro para combater o desflorestamento da Amazônia.

As palavras do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também estão sendo amplamente repercutidas por aqui. Ele disse que os US$ 20 milhões do G7 poderiam ser utilizados para reflorestar a Europa e que Macron sequer conseguiu “evitar um incêndio em uma igreja [Catedral de Notre-Dame] que é patrimônio da humanidade”.

A dificuldade para o governo francês, no entanto, está mais ligada ao fato de que outra vez Macron tenta se colocar como um líder global em questões que afetam o planeta, mas o impacto trazido pelas iniciativas dele parecem bastante limitados. A crise na Amazônia, no final das contas, pode acabar tendo repercussões negativas até na vida política de um dos fundadores da União Europeia.

 

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