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Covid-19: 2021 é mais letal que 2020; Anvisa decide sobre Sputnik V

Entre 1º de janeiro e ontem, 195.848 brasileiros perderam a vida para o vírus contra 194.949 no ano passado. Período mais crítico da crise sanitária no Brasil tem vitimado mais jovens. Anvisa decide hoje se autoriza Sputnik V

 

(crédito: Anne-Christine Poujoulat/AFP)

O Brasil ultrapassou a marca de 390 mil mortos pela covid-19. De acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, divulgado ontem, foram confirmados 1.305 novos casos fatais pela doença em 24 horas, elevando o total para 390.797. Além disso, houve o registro de mais 32.572 confirmações, aumentando o acumulado de infectados para 14.340.787. Os números da pasta ainda revelam que o Brasil já tem mais vítimas pela enfermidade em quatro meses de 2021 do que em 2020 por completo. Em apenas 115 dias deste ano, 195.848 pessoas tiveram a vida interrompida no país pelo novo coronavírus, enquanto nos 294 dias da pandemia no ano passado desde o registro do primeiro óbito, em 12 de março, a pandemia matou 194.949 brasileiros.

O recrudescimento da crise sanitária desde o mês passado, com a aparição de variantes mais letais da covid-19 no país, é o principal fator para a estatística. Juntos, março e abril contabilizam 135.855 mortes pela pandemia, mais de um terço do registro total. Outro indicador preocupante diz respeito à média móvel diária de mortes, que desde 17 de março é superior a 2 mil, segundo o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Ontem, o índice ficou em 2.495.

Esse período mais crítico da crise sanitária no Brasil tem vitimado mais jovens. Um boletim emitido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na última semana alertou para um processo de “rejuvenescimento da pandemia”. Enquanto na primeira semana epidemiológica deste ano a idade média de pessoas internadas pela covid-19 no país era de 62,35, na 14ª semana epidemiológica, a mais recente, esse número caiu para 57,68. Já a idade média das pessoas que evoluíram para óbito reduziu de 71,56 para 64,62.

Ainda segundo o estudo da Fiocruz, as faixas etárias mais jovens apresentaram uma evolução vertiginosa de casos confirmados e de óbitos entre as duas semanas epidemiológicas. A quantidade de infecções pelo novo coronavírus entre pessoas de 20 a 29 anos evoluiu 745,67% no intervalo, enquanto a estatística de mortes cresceu 1.081,82%. Para a faixa etária de 30 a 39 anos, a curva de casos subiu 1.103,49% e a de mortes, 818,60%. Para o público de 40 a 49 anos, os indicadores aumentaram, respectivamente, 1.173,75% e 933,33%.

Mais vacinas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decide hoje se autoriza a importação da Sputnik V, vacina russa contra a covid-19. Caso a agência autorize o pedido, feito por estados e municípios que negociaram doses junto às autoridades russas, o imunizante poderá ser aplicado na população brasileira.

A data da reunião foi marcada em razão do prazo de 30 dias definido pela Lei nº 14.124/2021 para a Anvisa autorizar o uso emergencial de vacinas contra a covid-19 no Brasil, que foi reforçado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após analisar uma ação protocolada pelos governos do Maranhão, Ceará e Piauí, que recorreram à Corte exigindo o cumprimento da legislação.

Caso a agência não se manifeste dentro do prazo, os estados poderão importar e distribuir o imunizante à população local. A responsabilidade pelo uso da vacina, no entanto, ficará a cargo dos entes federativos.

Os estados nordestinos acertaram a compra de mais de 5 milhões de doses do imunizante russo. Havia a expectativa de o primeiro lote ser entregue neste mês, mas é provável que a remessa só chegue ao Brasil em maio.

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