UBS reduziu sua projeção de crescimento de 2,5% para 2,1% diante dos efeitos da epidemia na China, o principal parceiro comercial do Brasil
São Paulo — A epidemia do coronavírus já afeta as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2020.
O banco suíço UBS, em relatório divulgado nesta terça-feira (04), reviu a sua previsão para o crescimento da economia brasileira de 2,5% para 2,1%.
O número é próximo dos 2,2% apontados pelo Itaú e dos 2,3% mostrados no boletim Focus, divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central.
“A China é o principal parceiro comercial do Brasil, além de um “fixador do preço” das commodities de exportação mais importantes do país nos mercados globais. O impacto negativo imediato já pode ser visto nas condições financeiras”, escreve Tony Volpon, que assina o relatório do UBS.
O banco também reduziu sua estimativa para o crescimento do PIB chinês neste ano de 6% para 5,4%, e o país já estava crescendo no menor ritmo em três décadas.
Os primeiros dados divulgados em relação a janeiro mostram fraqueza especialmente no setor de serviços.
Há fábricas fechadas e queda do consumo devido às restrições a viagens e fechamento de atrações turísticas, centros de lazer, empresas e escolas.
A Oxford Economics acredita que o vírus pode reduzir o crescimento chinês em pelo menos dois pontos percentuais no primeiro trimestre, embora melhore no segundo.
A província de Hubei, em cuja capital, Wuhan, o coronavírus surgiu, está isolada desde o final de janeiro. A região é um importante pólo de produção de automóveis.
Outras cidades também estão em quarentena; no total, mais de 70 milhões de pessoas na China estão atualmente confinadas.
Já são quase 24 mil casos e 500 mortes relacionadas ao vírus, e não há sinais de arrefecimento. No início da semana, o governo chinês injetou 180 bilhões de dólares nos mercados na volta do ano-novo chinês.
O Brasil monitora até o momento 13 casos suspeitos, mas nenhum foi confirmado até agora. Ainda assim o governo brasileiro reconheceu o caso como de “emergência de saúde pública”.
(Com AFP)