Deficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em março de 2021 somou US$ 17,8 bilhões. Resultado é levemente inferior ao registrado em fevereiro, de US$ 18,1 bilhões
O deficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em março de 2021 somou US$ 17,8 bilhões (1,24% do Produto Interno Bruto-PIB, soma das riquezas do país). Total um pouco menor que os US$ 18,1 bilhões (1,26% do PIB) de fevereiro de 2021 e os US$ 71 bilhões (3,97% do PIB) registrados em março de 2020, informou o Banco Central. As estatísticas do setor externo divulgadas pela autoridade monetária destacam também deficit em transações correntes de US$ 4 bilhões em março de 2021, ante deficit de US$ 4,3 bilhões em março de 2020.
Para o mês de abril, a estimativa do resultado em transações correntes, nas estimativas do Banco Central, é de superavit de US$ 5,7 bilhões. No mesmo mês, a expectativa é de ingressos líquidos de investimentos diretos no país (IDP) de US$ 4,9 bilhões. Em março de 2021, os investimentos diretos somaram US$ 6,9 bilhões, abaixo dos US$ 7,4 bilhões do mesmo mês de 2020. Houve ingressos líquidos de US$ 3,7 bilhões em participação no capital e de US$ 3,1 bilhões em operações intercompanhia. Nos 12 meses encerrados em março de 2021, o IDP totalizou US$ 39,3 bilhões (2,73% do PIB), ante US$ 39,8 bilhões (2,76% do PIB) no mês anterior e US$ 68,7 bilhões (3,84% do PIB) em março de 2020.
Balança
Na comparação com 2020, o saldo da balança comercial recuou US$ 2,5 bilhões, enquanto as despesas líquidas de renda primária e de serviços apresentaram retrações de US$ 1,8 bilhão e US$ 607 milhões, respectivamente. A balança comercial de bens registrou deficit de US$ 437 milhões em março de 2021, ante superavit de US$ 2,1 bilhões em março de 2020. As exportações de bens totalizaram US$ 24,6 bilhões em março de 2021, aumento de 33,7% ante março de 2020, e as importações, US$ 25 bilhões, incremento de 53,6%. O resultado das importações inclui operações do Repetro (US$ 6,5 bilhões em março de 2021, ante US$1,6 bilhão em março de 2020).
Serviços
O deficit na conta de serviços totalizou US$ 1,1 bilhão em março de 2021, recuo de 36,5% em relação ao deficit de US$ 1,7 bilhão do mesmo mês de 2020. A conta de viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$ 100 milhões em março de 2021, ante US$ 227 milhões em março de 2020, recuo de 56,1%. Em consequência do isolamento social impostos pela pandemia do novo coronavírus, nos 12 meses encerrados em março de 2021, as despesas líquidas de viagens internacionais totalizaram US$ 1,1 bilhão, menor valor desde junho de 2006.
“Destaca-se também, na mesma base de comparação, a redução de 52,9% nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, de US$ 1,2 bilhão para US$ 567 milhões, influenciada pela nacionalização de equipamentos no âmbito do Repetro. A conta de transportes apresentou despesas líquidas de US$ 253 milhões, ante US$ 378 milhões em março de 2020”, destaca o BC.
Em março de 2021, o deficit em renda primária totalizou US$ 3 bilhões, recuo de 38,4% em relação a março de 2020. As despesas líquidas de lucros e dividendos diminuíram para US$ 1,7 bilhão, ante US$ 4 bilhões em março de 2020. “Este resultado decorreu principalmente do aumento de US$ 3,1 bilhões nas receitas, parcialmente compensado pelo aumento de US$ 823 milhões nas despesas. As despesas líquidas com juros somaram US$ 1,3 bilhão no mês, incremento de 47,6% na comparação com março de 2020”, informa o BC.
Reservas internacionais
As reservas internacionais somaram US$ 347,4 bilhões em março de 2021, recuo de US$ 8,7 bilhões em comparação a fevereiro de 2021. O resultado decorreu, principalmente, de US$ 6,6 bilhões em vendas à vista e de US$ 1,3 bilhão de concessões líquidas em linhas com recompra. “A variação por paridades contribuiu para reduzir o estoque em US$ 1,4 bilhão. A receita de juros atingiu US$ 390 milhões”, aponta o Banco Central.