Congresso do Peru rejeita antecipação das eleições gerais para outubro

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46 pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança, enquanto um policial morreu após ser queimado vivo por manifestantes

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ERNESTO BENAVIDES/AFP/Getty Images)

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O Congresso peruano rejeitou uma proposta da presidente, Dina Boluarte, para antecipar para outubro as eleições gerais.

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O objetivo era encerrar a onda de violentos protestos contra o governo, que já deixou mais de 50 mortos e causou uma crise de desabastecimento em várias cidades do país.

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A votação foi concluída na madrugada deste sábado. A proposta do governo recebeu 65 votos contra e apenas 45 a favor – com 2 abstenções. “Com esta votação, está rejeitada a proposta de reforma constitucional para a antecipação das eleições”, disse o presidente do Congresso, José Williams.

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Pela proposta, apresentada na quinta-feira, a votação aconteceria em outubro, em data a ser definida, e escolheria um novo presidente e integrantes do Congresso e do Parlamento Andino. Os mandatos atuais seriam abreviados e terminaram no fim de dezembro, com os novos ocupantes dos cargos empossados no dia 1.º de janeiro de 2024.

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Contraproposta

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Apesar da derrota do plano governista, grupos fujimoristas que comandam a oposição, ligados ao ex-presidente Alberto Fujimori e sua filha, Keijo, apresentaram uma contraproposta de reconsideração da votação, que seria realizada na segunda-feira, mas que também tem poucas chances de prosperar, segundo analistas.

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A presidente lamentou a decisão do Congresso. “Pedimos às bancadas que deixem de lado seus interesses partidários e de grupos e priorizem os interesses do Peru”, escreveu Boluarte no Twitter. “Lamentamos que o Congresso da República não tenha conseguido chegar a um acordo. Nossas cidadãs e cidadãos esperam uma resposta clara que permita alcançar uma saída para a crise política e construir a paz social.”

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A derrota no Congresso foi mais um revés para Boluarte, que assumiu o cargo após a destituição do presidente Pedro Castillo, após uma fracassada tentativa de golpe de Estado que levou ao seu impeachment e posterior prisão.

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Desde então, o Peru mergulhou em uma onda de protestos liderados por defensores de Castillo, que ocupam as ruas das principais cidades do Peru. Eles pedem, além de novas eleições, a saída imediata de Boluarte, acusada de ser a responsável pela violenta repressão.

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Crise

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Boluarte descarta renunciar, mas garante que não tem o interesse de se aferrar ao poder. Além dos protestos, seu governo está preocupado com o bloqueio de estradas, que está causando problemas na distribuição de combustível, gás e alimentos, especialmente em áreas do sul do Peru, ponto central das manifestações e reduto de comunidades quíchuas e aimarás, historicamente marginalizadas.

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De acordo com dados da Ouvidoria, 46 pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança, enquanto um policial morreu após ser queimado vivo por manifestantes.

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A essas vítimas somam-se 11 mortes em ocorrências relacionadas com bloqueios de estradas e uma morte ocorrida na zona norte de La Libertad, confirmada pela polícia.

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