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Como um Starbucks na Coreia do Sul levou a uma onda de casos

Uma cliente entrou estando infectada em uma unidade da rede de cafeteria. Só os funcionários (de máscara) foram poupados, mostram testes

Starbucks na Coreia do Sul (foto de arquivo): uma unidade da rede no país levou à infecção de dezenas de pessoas (SeongJoon Cho/Bloomberg/Getty Images)

A Coreia do Sul está preocupada com um novo avanço do coronavírus. E, em meios aos cuidados para evitar uma nova alta brusca nos contágios pela pandemia, um caso de contágio envolvendo uma unidade da rede de cafeterias Starbucks vem sendo estudado por infectologistas no país — e provando a efetividade do uso de máscaras.

Uma cliente infectada com a covid-19 levou a um contágio em escala na cidade de Paju, ao norte da capital Seul. Mais de 20 pessoas que estavam no local no dia do episódio, em 8 de agosto, tiveram diagnóstico positivo. Mas os quatro funcionários, que estavam usando máscaras no momento, foram poupados, segundo testes realizados depois.

O motivo do contágio foi o ar condicionado compartilhado pelas pessoas que estavam no ambiente, que teria espalhado o vírus da cliente infectada. O episódio é um ponto a favor do uso obrigatório de máscaras, segundo infectologistas da Coreia do Sul ouvidos pela agência Bloomberg.

As pessoas infectadas no Starbucks, que foram rastreadas na sequência, infectaram mais de 30 outras pessoas depois até 24 de agosto, segundo as autoridades sul-coreanas. A Coreia do Sul vem tendo uma nova alta de casos nas últimas semanas, com mais de 3.000 casos só em agosto.

Em todo o mundo, países vêm tornando o uso de máscara obrigatório. No Brasil, é proibido circular em espaços públicos sem máscara em uma série de estados e municípios.

Mesmo a Nova Zelândia, onde a pandemia do coronavírus já está praticamente controlada há mais de três meses, o uso de máscaras vai voltar a ser obrigatório, segundo ordem da premiê Jacinda Ardern nesta segunda-feira, 24.

O caso no Starbucks também mostra os desafios em reabrir bares e restaurantes. Como ao comer e beber dentro dos estabelecimentos os clientes tendem a tirar suas máscaras, a possibilidade de contágio aumenta.

Os sul-coreanos, graças a uma política de testagem em massa e acompanhamento dos infectados e de quem entrou em contato com eles (como visto no caso da cliente do Starbucks) tem sido um dos países mais bem-sucedidos no combate à pandemia.

Ao todo, a Coreia do Sul tinha pouco menos de 18.000 casos confirmados de coronavírus e 310 mortes até esta terça-feira, 25.

O país tem cerca de 52 milhões de habitantes, uma taxa de cerca de 350 casos a cada 1 milhão habitante.

O Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes e 3,6 milhões de casos confirmados, tem cerca de 17.000 casos por milhão de habitante.

Apesar do programa elogiado, o novo avanço do coronavírus fez a Coreia do Sul voltar a oferecer aulas somente online em algumas regiões e a considerar impor novas regras de fechamento de estabelecimentos ou distanciamento social mais rigoroso.

Na região metropolitana de Seul, um dos principais pontos de contágio na Coreia do Sul (e a cerca de 27 quilômetros do Starbucks de Paju), o uso de máscaras voltou a ser obrigatório nesta semana.

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