A situação causa frustração e às vezes ataques de raiva, especialmente de quem quer comprar
No centro de Santiago, o epicentro do que é provavelmente a economia mais aquecida do mundo, Carol Castillo se depara com muitas pessoas irritadas.
Castillo é vendedora de uma concessionária Chevrolet na cidade, onde a demanda de chilenos com muito dinheiro por carros é tão alta que as listas de espera se estendem por meses. Os clientes não se conformam muito com a espera, diz Castillo. A situação causa frustração e às vezes ataques de raiva, especialmente de quem quer comprar uma Silverado. A data de entrega estimada atual para uma versão a diesel da popular picape: outubro de 2022.
“Todo mundo quer seu carro agora”, disse Castillo. Era uma manhã de quarta-feira, normalmente um horário tranquilo para a concessionária. E, ainda assim, todas as mesas do showroom estavam cheias de potenciais compradores.
A escassez não é exclusiva do Chile, claro – problemas nas cadeias globais de suprimentos elevam os prazos para a entrega de carros em muitos mercados – mas são particularmente graves no país. Os chilenos compram de tudo: carros, geladeiras e eletrônicos voam das prateleiras.
A taxa de vacinação contra o coronavírus no Chile, perto de 75%, é a mais alta do continente americano, proporcionando mais um impulso para a economia à medida que os casos de Covid caem.
Vimos uma forte recuperação da confiança de famílias e empresas”, disse Andrés Perez, economista-chefe para Chile e Colômbia no Banco Itaú. “Reflete, por um lado, melhorias significativas na situação da saúde, mas também um ambiente com amplo estímulo e liquidez.”
Pérez projeta que o PIB do Chile cresça cerca de 10% neste ano, após a queda de 5,8% em 2020. Mesmo com a desaceleração do crescimento no próximo ano, o forte mercado de trabalho apoiará os gastos dos consumidores, disse.