Região é única com registros em alta (28,3%), na contramão do Distrito Federal. Capital soma 14.578 infecções este ano, 70% a menos do que em 2020.

Planaltina é a única região do Distrito Federal que segue com aumento no registro de dengue em 2021. Em comparação com o ano passado, o número de casos prováveis da doença cresceu 28,3%. Tendo em vista a alta, a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) e o Corpo de Bombeiros (CBMDF) passaram a usar drones para encontrar focos do mosquito Aedes aegypti (veja mais abaixo).
O boletim mais recente da Secretaria de Saúde, divulgado na sexta-feira (24), considera casos registrados entre 3 de janeiro e 11 de setembro. Ao todo, a capital soma 14.578 infecções prováveis de dengue, 70% a menos do que no ano passado, quando houve 48.607 diagnósticos.
Planaltina, no entanto, segue na contramão da redução. No ano passado, foram 2.350 casos e, este ano, o número passou para 3.025. Com os drones, os órgãos pretendem usar as imagens aéreas para localizar caixas d’água destampadas, lixo acumulado e calhas entupidas.
Em relação às mortes, ao todo, o Distrito Federal registrou 10 óbitos, 76% a menos do que no ano passado, quando 43 pessoas perderam a vida. Com quatro mortes, Planaltina lidera a quantidade de vidas perdidas pela dengue na capital. Em seguida, estão Ceilândia (3), Riacho Fundo (1), Paranoá (1) e Gama (1).
Veja casos por região:
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Casos de dengue por região administrativa no DF — Foto: SES-DF/Reprodução
Uso de drones
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GDF usa drones para encontrar focos de dengue, no DF — Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília
Com aumento de casos, equipes da Dival e dos bombeiros começaram a inspecionar locais de Planaltina com drones.
A chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Planaltina, Michelle Peçanha, explica que, apesar do aumento, os casos estão sob controle. “Acreditamos que parte disso é cultura da população”, comentou.
Segundo Michelle, Planaltina não sofre com falta de abastecimento e não tem falta de coleta seletiva. Por isso, a suspeita é de que as pessoas acumulem itens como garrafas e tambores em casa, no intuito de economizar, mas acabam gerando focos.
Ela afirma que a partir das visitas terrestres, que as equipes da vigilância fazem, e com apoio dos drones, será possível identificar mais focos e reduzir os casos. Michelle cobra ainda atenção da população.
“O ideal é cuidar do próprio quintal. Dez minutinhos por semana é suficiente para eliminar qualquer depósito e jogá-lo no lixo”, orientou.
Como se prevenir
Para evitar a reprodução do Aedes aegypti em casa e, consequentemente, reduzir os ataques do mosquito, o Ministério da Saúde reuniu uma série de orientações. Confira abaixo:
- Fazer uso de repelente sempre que estiver em áreas consideradas de infestação. Os mais indicados pela OMS são à base de Icaridina e que oferecem até 12 horas de proteção;
- Priorize o uso de roupas claras, leves e que cubram todo o corpo – o Aedes aegypti tem atração pelo suor e por cores escuras;
- Faça exames de rotina e, em caso de sintomas similares aos da dengue, febre amarela, chikungunya e zika vírus, procure a unidade de saúde mais próxima e consulte um médico.
Prevenção em casa
- Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas da casa;
- Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
- Mantenha o terreno de casa sempre limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
- Tampe os tonéis e caixas d’água;
- Mantenha as calhas sempre limpas;
- Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
- Mantenha lixeiras bem tampadas;
- Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
- Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
- Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
- Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas sujas, por exemplo;
- Deixe portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
- Coloque repelentes elétricos próximos às janelas – o uso é contraindicado para pessoas alérgicas;
- Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
- Evite produtos de higiene com perfume, pois podem atrair insetos;
- Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa;
- Coloque areia nos vasos de plantas.