Dezenas de venezuelanos contam que parentes e amigos que ficaram na Venezuela devem vir para o Brasil em breve
A Polícia Federal projeta que o número de venezuelanos que atravessarão a fronteira aumentará devido à piora da crise econômica e humanitária no país vizinho.
Rosilene Santiago, chefe da Polícia Federal no estado de Roraima, disse que o número de venezuelanos que solicitaram status de refugiado subiu de 40 em 2015 para 22.000 em 2017.
O Brasil se prepara para uma alta recorde neste ano, porque mais de 20.000 pedidos foram realizados nos quatro primeiros meses de 2018.
“Tem havido vários picos e este é um deles”, disse Rosilene Santiago a jornalistas convidados pela Presidência para uma viagem ao estado. “A tendência geral é de aumento do fluxo.”
A Venezuela, que conta com as maiores reservas de petróleo do mundo, entrou em colapso após duas décadas de corrupção e má administração, que eliminaram a maior parte da produção de petróleo do país e estimularam a hiperinflação, a escassez generalizada e os crimes violentos.
Com a piora da situação, cidadãos desesperados têm fugido para outros países, inclusive para o Brasil, que nunca antes havia recebido abrigos do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
O general Eduardo Pazuello, encarregado do destacamento militar na região que controla o fluxo, classifica a situação como “estável”.
Contudo, ele disse aos jornalistas que as autoridades estão melhorando os acampamentos e abrigos atuais e construindo novas instalações de recepção para que as Forças Armadas não sejam “pegas de surpresa”.
A Bloomberg conversou com dezenas de venezuelanos em Boa Vista, capital de Roraima. A maioria disse que em breve parentes e amigos que ficaram na Venezuela se encontrariam com eles no Brasil.