Informação faz parte da investigação do Escritório do Comissariado da Informação, órgão regulador de proteção de dados do Reino Unido
São Paulo – Os dados de 87 milhões de usuários que foram coletados pela Cambridge Analytica podem ter sido acessados pelo governo da Rússia. A informação faz parte da investigação do Escritório do Comissariado da Informação (ICO, na sigla em inglês), órgão regulador de proteção de dados do Reino Unido, que teve início em março deste ano.
À CNN o ICO anunciou que encontrou evidências de que as informações foram acessadas pela Rússia e outros países. As investigações estão focadas agora em saber a quais dados os russos tiveram acesso. “Nós queremos saber se eles poderiam pegar alguns desses dados e usá-los para qualquer coisa que quisessem fazer.”
O órgão disse ainda que pode ter sido possível que os russos tenham usado as informações coletadas pela Cambridge Analytica para direcionar os anúncios publicados nos Estados Unidos durante a eleição presidencial de 2016. Relembre: Cambridge Analytica recorre à lei de falência nos Estados Unidos
Aleksandr Kogan, criador o aplicativo This is Your Digital Life (Essa é a sua vida digital, na tradução livre do inglês) usado para coletar os dados no Facebook e vender para a Cambridge Analytica, negou que tenha repassado as informações aos russos. “Porém, eu não sei o que poderia ter acontecido com os dados depois que entreguei à Cambridge Analytica”, disse o pesquisador à CNN.
Na semana passada, a ICO anunciou que propôs uma ação criminal contra a SCL Elections Ltd, a empresa controladora da Cambridge Analytica. Ele também disse que pretende multar o Facebook em £ 500.000 por violar duas leis de Proteção de Dados de 1998.
A preocupação com a interferência russa nas eleições americanas não é de hoje. O Twitter já identificou que mais de 50 mil robôs virtuais, controlados por russos, fizeram uma campanha para favorecer o então candidato Donald Trump durante as eleições dos Estados Unidos.
Na ocasião, eles retuitaram mensagens publicadas por Trump na rede social quase 500 mil vezes, segundo o Twitter, inflando um engajamento do candidato.
No Facebook, o uso de robôs virtuais também foi usado por russos para tentar influenciar eleitores nos EUA.